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Como lutou a Fórmula 1 contra o calor extremo na Malásia

O calor e a humidade em… «overdose» são enormes problemas na corrida da Malásia que só têm paralelo, embora me menor grau por se correr à noite, na prova de Singapura. É normal pilotos e mecânicos trabalharem sob temperaturas de quase 40 ºC e 90% de humidade, o que torna qualquer esforço físico num autêntico… banho turco!

Apesar de abertos, os habitáculos dos F1 chegam a atingir os 60 ºC! O que, em conjunto com o esforço físico para os pilotar que leva o ritmo cardíaco a atingir picos de 170 pulsações e a estar a hora e meia de Grande Prémio em torno das 150 pulsações, representa uma perda por parte do piloto de cerca de três litros de fluídos! Só mesmo super atletas para aguentar tal esforço físico, mantendo a concentração necessária para guiar numa pista em que se ultrapassam por duas vezes os 300 km/h, com curvas descritas a mais de 230 km/h!

Mas o pior mesmo é durante os treinos, quando os carros param e os pilotos têm de lá ficar sentados, por ser só o tempo de introduzir uma ou outra alteração. Aí, quase todas as equipas, além de grandes ventoinhas, injectam gelo seco para dentro do habitáculo, na tentativa de arrefecer o corpo do piloto. Por outro lado, também os carros sofrem nessas paragens, por deixarem de receber ar «fresco», mesmo que seja a quase 40 ºC. Daí os muitos sistemas de «sopro» com que os mecânicos acompanham o carro e as ventoinhas que encostam para tentar baixar rapidamente a temperatura das mecânicas.

Por fim, dadas as enormes entradas das «boxes» e as dezenas de pessoas que ali trabalham, o ar quente torna o ambiente de trabalho quase irrespirável. Este ano, a Mercedes fez um forte investimento num sistema próprio de refrigeração do ambiente com que não só tornou as «boxes», mesmo abertas para a rua, em locais aprazíveis, como permite melhorar o arrefecimento dos carros sempre que estes estão parados em… 518%!

Para isso, uma empresa alemã concebeu um sistema de arrefecimento de grandes dimensões (1x2x0,9 metros) que consegue colocar toda a «boxe» a uma temperatura agradável, num investimento que rondou os 50 mil euros. Mas é pensando em todos os pormenores que, depois, se reúnem as condições necessárias para ganhar corridas!


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Acerca do Autor

Enviado-especial do jornal «A Bola» a largas dezenas de Grandes Prémios, nunca deixou de reportar sobre o Mundial, tendo nos últimos anos alargado a sua experiência aos comentários televisivos.