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A gigantesca logística para levar o dia… à noite de Singapura

Como se iluminam os 5,065 km do traçado de Singapura de forma eficaz em termos de visibilidade e sem os «efeitos secundários» prejudiciais aos pilotos inerentes a uma fácil «inundação» de luz? Foi este o difícil desafio que teve de ser superado quando ficou decidido que, em 2008, a Fórmula 1 teria a sua primeira corrida nocturna, nas ruas da cidade-estado do sudeste asiático.

Uma empresa italiana destacou-se na altura, desenvolvendo uma tecnologia de iluminação que passou todos os testes, passando a ser adoptada até hoje. O problema maior nem era a intensidade luminosa que teria de ser bastante forte, dado que estamos a falar de garantir uma óptima visibilidade a pilotos que, por duas vezes, chegam a aflorar os 300 km/h entre muros.

As grandes dores de cabeça é que, primeiro, a iluminação fosse constante, sem zonas de sombra, e depois que a forte intensidade «caísse» sobre a pista num ângulo tal que não provocasse o encadeamento dos pilotos. Em especial, e esta era a maior dificuldade de todas, em caso de chuva, quando o asfalto molhado se transforma num autêntico espelho que reflecte tudo!

A DZ Engineering, do Gruppo Dino Zoli, empresa de Bolonha, concebeu um sistema de iluminação para a pista de Singapura composto por 249 postes que sustentam uma estrutura que acompanha toda a pista e onde estão colocados os 1578 projectores, cada um com lâmpadas de 2000 W. No total, a iluminação da pista exige uma potência de iluminação de 3,24 MW, a que se juntam mais 207 projectores para túneis, 98 para bancadas e 80 que levam o «dia» ao «paddock»!

Para colocar tudo isto em funcionamento, uma equipa de uma centena de pessoas que integra uma vintena de técnicos e engenheiros da DZ monta todos os anos a imensa estrutura que implica a utilização de 223 km de cabos eléctricos e 53 km de cabos de fibra óptica! Para a alimentação confia em 24 geradores de 500 kVA cada. Além da iluminação, a empresa italiana garante ainda as comunicações dentro do circuito e o sistema de som, com uma potência de 82.500 W.

Este ano, para melhorar ainda mais o espectáculo, a DZ Engineering introduziu uma alteração para as imagens aéreas da pista, com as letras que formam a palavra «Singapore» que estão sobre as «boxes» a mudarem de cor em função da situação da corrida. Por exemplo, estarão vermelhas até os semáforos se apagarem e os carros arrancarem, altura em que passam a verde!

É desta forma que se leva o dia à noite de Singapura, conseguindo-se que o traçado do Grande Prémio tenha uma iluminação que é quatro vezes mais forte que a de um estádio de futebol! Mas que proporciona um espectáculo único em todo o Mundial de Fórmula 1.


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Acerca do Autor

Enviado-especial do jornal «A Bola» a largas dezenas de Grandes Prémios, nunca deixou de reportar sobre o Mundial, tendo nos últimos anos alargado a sua experiência aos comentários televisivos.