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Estará Hamilton a preparar-se para fazer… «um Rosberg»?

Ergueu-se uma aura de suspeição em torno de Lewis Hamilton, que acabou de se sagrar campeão do Mundo pela quarta vez (terceira com a Mercedes) e se prepara para encetar negociações com a equipa, com vista à renovação do seu contrato. Aparentemente não passaria pela cabeça de ninguém que Hamilton pudesse fazer como Rosberg, até que… o próprio Rosberg declarou que compreenderia que isso acontecesse.

«Ele falou nisso algumas vezes», disse o campeão do mundo de 2016, à agência de notícias DPA do seu país (Alemanha): «Deu a entender que não queria passar tanto tempo em viagens e não creio que ele tivesse falado nisso se não tivesse pensado fazê-lo», acrescentou Rosberg. Para o antigo piloto, que por estes dias tem estado ocupado a acompanhar Robert Kubica nos testes que poderão levar o polaco de volta à Fórmula 1, é possível reconhecer os sinais de que Hamilton pode mesmo deixar a disciplina, em lugar de prolongar o seu vínculo à Mercedes para lá de 2018.

Em cima da mesa estará, crê-se, uma proposta que o piloto inglês apresentou à Mercedes: três anos mais de contrato (2019 a 2021), mais de 160 milhões de euros (pouco mais de 53 milhões por ano). Cabe a Toto Wolff, Niki Lauda e à administração da Daimler – Dieter Zetsche, o senhor do bigode, CEO da Mercedes-Benz, é amigo pessoal do piloto – aceitar, negociar ou declinar. Wolff já falou sobre o assunto, declarando ao jornal italiano Corriere della Sera: «Ele [Hamilton] é uma parte muito importante desta equipa. O patamar de desenvolvimento que atingiu beneficia-o a ele, mas também à nossa equipa. Portanto, sim, eu desejo que ele se mantenha por cá mais algum tempo».

A intenção de Wolff é clara. E a intenção de Hamilton? No início de Novembro, Ted Kravitz, da televisão «Sky Sports», disse aos microfones da estação que o campeão tinha um plano traçado: «Ele tem 32 anos, não sei quantos mais títulos quer conquistar, mas ele quer mudar-se para a Ferrari e depois acaba a carreira». Em rápidas sucessões de «flashbacks», os media do Reino Unido foram recuperar várias declarações anteriores de Hamilton: em Junho, disse ao «The Independent» que «compreendia perfeitamente a decisão de Rosberg se ter retirado no final da época»; em Julho repetiu intenção semelhante, no «Evening Standard»; em Setembro, depois de confirmada a renovação de contrato de Vettel (ficou como o mais bem pago da F1) citado na «ESPN», nos EUA, disse já ter «pensado várias vezes em outras coisas que gostava de fazer na vida»; e em Outubro, repetiu várias vezes a mesma ideia. Do mesmo modo, é preciso dizê-lo, já aproveitou várias conferências de imprensa e aparições públicas para dizer exactamente o contrário, reiterando que está empenhado e motivado para continuar na Fórmula 1.

Realidade ou «bluff»? Neste momento é impossível descortinar. Hamilton tem 32 anos e vários anos pela frente ao mais alto nível, se assim o entender. Tem, inclusive, tempo para igualar ou superar todos os recordes de Michael Schumacher, se assim quiser e se a equipa em que estiver lhe garantir um carro competitivo o suficiente para isso. Mas o tetracampeão de F1 também tem (muita) vontade de aproveitar o melhor dos seus anos de juventude a desfrutar do tempo livre, família, amigos e diversão.

Se pudesse escolher, Hamilton preferiria ser imensamente famoso aos olhos dos fãs do mundo inteiro, mas o mais anónimo possível para os media o deixarem em paz – mais um eco, certamente, da recente polémica que envolve uma suposta fraude fiscal em Inglaterra com o avião particular que o piloto utiliza nas suas viagens intercontinentais.

Teremos, pelo segundo ano consecutivo, um campeão em título a enjeitar a defesa do campeonato na época seguinte? Aguardemos pelos próximos capítulos…

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