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Mercedes alarga vantagem nos Mundiais mas expõe feridas: «Não temos o melhor carro!»

Se é indesmentível que Hamilton e a Mercedes obtiveram um bom resultado na Malásia, em termos das classificações dos Mundiais, a pista de Sepang voltou a deixar bem a nu os problemas do chassis W08 EQ Hybrid. E tanto o piloto britânico como Toto Wolff preferiram pôr logo o dedo na ferida em vez de estarem com celebrações… artificiais. «Em condições normais, hoje teríamos sido 5.º e 6.º e isso tem de nos deixar preocupados!», declarou frontalmente o director da Mercedes.

Hamilton, por seu turno, foi bastante fundo na análise a um carro que o seu chefe de equipa já apelidou de «diva», mas que tão depressa parece ser imbatível como, logo a seguir, se vê em grandes dificuldades, como o mostrou este fim-de-semana. Só se «salvando», na verdade, devido às falhas mecânicas dos Ferrari… «Os Ferrari eram oito décimos mais rápidos que nós e os Red Bull cinco ou seis!», admitiu Hamilton. «Temos muito que trabalhar mas, por outro lado, também não há muito que possamos fazer, foi assim que o carro nasceu». O tal «feitio de diva».

Há quem aponte como grande diferença o facto de os chassis da Ferrari e Red Bull utilizarem um «rake» pronunciado (ângulo entre a frente e a traseira mais elevada), enquanto o Mercedes é praticamente a direito. «Mas os nossos carros sempre foram assim e dominaram os últimos Mundiais e já venceram nove corridas este ano, não há-de se por isso…», contrapôs Wolff que, após a corrida, se confessava «muito em baixo». «Ficaríamos a meio minuto dos Ferrari e, provavelmente, se o Max tem forçado até final, teríamos acabado a meio minuto do Red Bull. Como é possível que um carro tão rápido em tantos circuitos perder tanto com sobreaquecimento dos pneus?».

Lewis Hamilton tem uma opinião que poderá parecer ainda mais surpreendente, embora os seus detractores se apressem a aponta como desculpa… «As pessoas têm dito ao longo do ano que temos o melhor carro e é um facto que, nalgumas corridas, até se revelou o melhor. Mas, no geral, temos de admitir que este ano não temos o melhor carro e que temos feito um trabalho excepcional com aquilo que temos. Há alguns problemas bastante grandes que eu não consigo explicar mas que teremos de rectificar para o carro do próximo ano, se quisemos lutar com a Ferrari e Red Bull que irão melhorar ainda mais», avisou.

Para já, a equipa só tem quatro dias para perceber o que se está a passar com o W08 EQ Hybrid, antes do primeiro dia de treinos do G.P. do Japão, em Suzuka. «Não sei qual das próximas corridas será boa para nós, mas faremos tudo o que for possível para continuar na frente», prometeu Hamilton. «Temos alguns dias até Suzuka, num clima totalmente diferente, e saberemos mais sobre o que se passou até lá», acrescentou Wolff.

Segundo as previsões da Mercedes, a pista japonesa (e o clima!) poderá ser mais favorável mas, na realidade, a própria equipa parece já não saber no que pode ou não acreditar… «Na teoria, Suzuka servirá o nosso carro. Tínhamos algumas interrogações em relação à Malásia, mas devíamos ter sido bastante mais rápidos», comentou Toto Wolff. «Suzuka deve estar mais na janela ideal de funcionamento do nosso carro». Um W08 que, pelos vistos, também sofre com o… aquecimento global!

Pode perguntar-se como estavam as hostes da Mercedes com um espírito tão negativo depois de Hamilton ter alargado em 6 pontos a vantagem no Mundial sobre Vettel. «Talvez amanhã, quando acordar, me consiga regozijar com isso, mas agora preocupa-me aquilo que vi nesta prova», concluiu Wolff.

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