F1Flash.com - Página Inicial Descubra o izigo.pt

Director da Force India alerta para perigos dos «carros-cliente»

A ideia dos «carros-cliente» não agrada às pequenas equipas de F1 e a Force India já «vociferou» com veemência contra a ideia, seguindo as opiniões desfavoráveis já expressas por Sauber e Lotus. «Vijay Mallya [dono da Force India] foi muito claro ao dizer que veio para a F1 como construtor e não como participante», referiu Bob Fernley, director desportivo da equipa.

Na sequência da reunião do Grupo Estratégico da F1, foi avançada com a ideia dos «carros-cliente» – ou seja, uma pequena equipa poderia comprar/alugar um monolugar concebido por outra –, estando agora a ser avaliada por Mercedes, Ferrari, Red Bull e McLaren, antes de ser apresentada às escuderias de menores dimensões. Mas a ideia parece não acolher grandes apoios das escuderias já existentes, parecendo mais viável para novas equipas que queiram entrar na F1.

E Fernley explica um ponto de vista que, insiste, é pessoal: «As equipas grandes vão ter muito trabalho para convencer o Vijay… Mas, pondo a minha ‘camisola’ de lado, a minha preocupação é a perspectiva de ver a construção de carros de F1 desaparecer para sempre. O ADN da F1 sempre foram as equipas independentes, são a sua espinha dorsal. Olhando para a última década vemos que quatro construtores saíram da F1».

O britânico vai mesmo ao ponto de historiar: «Quando a Honda saiu foi a Brawn, como equipa independente, que salvou a estrutura e até ganhando o Mundial. Quando a BMW saiu foi Peter Sauber, com enorme esforço pessoal, quem avançou para salvar a equipa. Quando a Renault saiu, Gerard Lopez entrou como independente e permitiu que a equipa continuasse. Quando a Toyota saiu… perdeu-se tudo!»

«Esse é o risco de perder os construtores independentes que estão na F1 apenas pela competição. As consequências de pôr tudo nas mãos de quatro construtores é preocupante porque basta alguém da administração decidir abandonar para não se perderem dois carros mas sim quatro ou mais!», acrescentou Fernley. «Não haveria hipótese de os substituir porque tínhamos acabado com as estruturas que actualmente existem para os construir. Além das largas centenas de postos de trabalho que se perderão na Fórmula 1!».

A concluir, aquele responsável da Force India pôs o dedo na ferida, ao falar na eventual perda de liberdade de competir: «Uma vez que nos tornemos uma equipa-cliente, teremos sempre de fazer o que o nosso ‘mestre’ nos disser, será sempre assim!»

Partilhar Notícia.