O recurso da Sauber foi rejeitado e, portanto, Giedo van der Garde tem o direito legal de se sentar ao volante de um dos C34/Ferrari da equipa suíça no G.P. da Austrália, cujos primeiros treinos se realizam na próxima madrugada. Ou seja, perante a lei, a Sauber tem agora três pilotos contratados… para apenas dois carros e um enorme berbicacho para resolver!
Giedo van der Garde sempre alegou ter um contrato válido para fazer o Mundial de 2015 com a equipa em que fora piloto de testes na temporada passada. Um tribunal arbitral suíço deu-lha razão, mas isso não impediu que a Sauber mantivesse Felipe Nasr e Marcus Ericsson como pilotos designados para 2015. O holandês interpôs uma acção no Supremo Tribunal de Vitória – o estado australiano em que fica Melbourne – e ganhou-a, com o tribunal a reconhecer a validade do seu contrato. A Sauber recorreu alegando motivos de segurança por não haver tempo para adaptar o carro a um novo piloto, mas o tribunal de recurso rejeitou os seus argumentos.
E agora?! Para já, Van der Garde está sob pressão, numa corrida contra o relógio, pois tem de garantir a superlicença por parte da FIA. Cumprindo os critérios necessários – fez 19 Grandes Prémios em 2013, com a Caterham, e rodou com o Sauber em 2014 –, será difícil a FIA recusar-lha, por muito que possa querer ajudar a equipa suíça a sair deste imbróglio… E é natural que interponha uma providência cautelar, no sentido de obrigar mesmo a Sauber a dar-lhe um dos seus carros. Depois, a Sauber terá de decidir se arrisca ir contra o tribunal ou, então, qual dos pilotos (Nasr ou Ericsson) ficará sem volante…
Este caso merece dois destaques: a vitória de Giedo van der Garde não terá um sabor totalmente doce porque, neste processo, o holandês terá arranjado, certamente, muitas inimizades na «comunidade» da F1 que não aprecia os que a atacam desta forma…; tem, por outro lado, o valor de mostrar que os contratos devem ser cumpridos, o que as equipas de F1 tendem muitas vezes a esquecer. Recorde-se que também Adrian Sutil tem um processo contra a Sauber por motivos semelhantes, embora o alemão só exija uma indemnização…
