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Alterações anunciadas pela FIA para 2016: que dizem os directores-técnicos?

A FIA anunciou novas regras para 2016 que pretendem limitar ainda mais as conversas entre engenheiros e pilotos, para acabar com aquilo que considera ser um «coaching» permanente. Ou seja, para que se cumpra o que estipula o artigo 20.1 do regulamento desportivo que diz que o piloto «deve conduzir o carro sozinho e sem ajuda exterior».

E para isso a FIA já distribui pelas equipas uma directiva a explicar o que pode e não pode ser feito a partir do próximo ano. Os engenheiros continuam a poder falar com os pilotos acerca do estado do monolugar se for por questões de segurança, mas nunca para os ajudar a regular/adaptar o seu carro para optimizar o seu comportamento, bem como as informações relativas ao consumo. Também as actuais embraiagens com duplo comando – duas patilhas em que uma permite «tocar» o ponto de embraiagem e só a segunda «desembraia» para o arranque – serão banidas, tornando as partidas processos verdadeiramente manuais.

Uma alteração que deixou Jenson Button entusiástico: «Essa sim, será uma mudança importante! Porque aí ficamos apenas com o acelerador e a patilha da embraiagem para controlar o patinar das rodas. Agora, não somos nós que controlamos o início do arranque, quando largamos a segunda patilha já vamos a 50 km/h e só a partir daí é que somos nós a controlar se as rodas patinam…».

Já os cinco directores-técnicos que estiveram presentes na conferência de imprensa das sextas-feiras pronunciaram-se acerca das novidades para o próximo ano, com James Allison (Ferrari) a dizer que «de início pode ser que haja alguns erros e que isso possa tornar algumas corridas mais interessantes», antes de concluir: «Mas na F1 os pilotos são todos muito bons pelo que, ao fim de poucos meses de transição, já todos estarão habituados e voltaremos ao que temos hoje».

Já Giampaolo Dall’ara (Sauber) concorda com o resultado antecipado por Allison, mas aborda as alterações por outra perspectiva: «Alterará um pouco a forma como trabalhamos e a abordagem dos problemas implicará envolver mais o piloto nos aspectos da engenharia. Os pilotos terão mais controlo, é verdade, mas a percepção dos espectadores desse facto será mínima».

Paddy Lowe começou por falar dos cuidados que já têm na Mercedes com as comunicações: «Já hoje é complicado… Nós próprios nos controlamos internamente, muitas vezes perguntam-me: ‘Podemos dizer isto? Podemos dizer aquilo?’ Mas, como sempre, vamos adaptar-nos. A parte boa é que um piloto ter um arranque bom ou mau vai ficar mais dependente da sua perícia do que o que a sua equipa pode fazer na configuração do sistema».

«Penso que todos queremos ver os pilotos a controlar os seus arranques mas, após alguns erros numa fase inicial, rapidamente veremos uma habituação geral», comentou Nick Chester (Lotus), enquanto Paul Monaghan (Red Bull) alinhou com as opiniões dos seus colegas, apenas acrescentando: «O que irão os espectadores ver? Além de alguma agitação mais nas partidas, talvez, assim que a corrida estiver lançada não terão muito mais coisas, apenas muito menos comunicações via rádio».

Por fim, Andy Green (Force India) afinou pelo diapasão geral: «Ao fim de alguns meses as diferenças serão extremamente subtis. Talvez alguns arranques falhados mas o principal é que os rádios vão estar muito mais calados…».

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