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Análise – O que nos disseram os testes de Barcelona

Após a segunda sessão de testes de pré-temporada (marcada pelo acidente de Alonso), a primeira conclusão a tirar é o grande enfoque que equipas como Mercedes, Red Bull, Williams e Toro Rosso têm posto na busca de uma boa fiabilidade. Em Barcelona foram as equipas que mais quilómetros percorreram, embora não possamos tirar deste grupo a Ferrari que só não andou mais por ter perdido a tarde do último dia em longas alterações no SF15-T, testando novas afinações. Porque a nível de problemas mecânicos, a Scuderia tem estado bastante bem de saúde.

Em termos de equipas, a Mercedes voltou a ser que mais voltas cumpriu (usando três pilotos), mas Red Bull, Toro Rosso e Williams não ficaram longe, tendo concentrado o seu trabalho na procura da máxima fiabilidade. Nota crucial nas primeiras corridas do ano em que se ganham sempre pontos à custa de abandonos alheios… A lista de quilómetros cumpridos por cada equipa ficou assim ordenada: 1.ª Mercedes (2076); 2.ª Red Bull (1945); 3.ª Toro Rosso (1913); 4.ª Williams (1894); 5.ª Lotus (1680); 6.ª Ferrari (1605); 7.ª Sauber (1480); 8.ª Force India (1415); 9.ª McLaren (577).

Significa isto que os motores Mercedes voltaram a somar muitíssimos mais quilómetros que os Renault e Ferrari, até porque estão em larga maioria, equipando quatro carros contra dois de cada uma das outras marcas. O que até acaba por destacar a boa evolução da Renault em matéria de fiabilidade com mais quilómetros/carro. A Honda voltou a quase nada rodar, com fraquíssima média de 144 km por dia, no final da seguinte tabela de quilómetros: 1.ª Mercedes (7066, 4 equipas); 2.ª Renault (3858, 2 equipas); 3.ª Ferrari (3086, 2 equipas); 4.ª Honda (577, 1 equipa).

Mas, no final, há sempre a tendência para olhar os tempos e ver quem foi o mais rápido. Nada de mais errado neste tipo de testes… De qualquer forma, aqui deixamos a tabela dos tempos, guardando para o final os comentários e as chamadas de atenção para a sua interpretação. Porque nem sempre o que parece… é!

Romain Grosjean (Lotus), 1.24,067 (111 v.)
Nico Rosberg (Mercedes), 1.24,321 (197 v.)
Pastor Maldonado (Lotus), 1.24,348 (173 v.)
Daniel Ricciardo (Red Bull), 1.24,574 (202 v.)
Kimi Raikkonen (Ferrari), 1.24,584 (164 v.)
Felipe Massa (Williams), 1.24,672 (143 v.)
Sergio Perez (Force India), 1.24,702 (155 v.)
Max Verstappen (Toro Rosso), 1.24,739 (223 v.)
Lewis Hamilton (Mercedes), 1.24,923 (201 v.)
Daniil Kvyat (Red Bull), 1.24,941 (216 v.)
Felipe Nasr (Sauber), 1:24.956 (152 v.)
Valtteri Bottas (Williams), 1.25,345 (178 v.)
Carlos Sainz (Toro Rosso), 1.25,604 (188 v.)
Fernando Alonso (McLaren), 1.25,961 (79 v.)
Jolyon Palmer (Lotus), 1.26,280 (77 v.)
Sebastian Vettel (Ferrari), 1.26,312 (181 v.)
Marcus Ericsson (Sauber), 1.26,340 (166 v.)
Nico Hulkenberg (Force India), 1.26,591 (36 v.)
Pascal Wehrlein (Force India), 1.27,333 (113 v.)
Jenson Button (McLaren), 1.28,182 (45 v.)
Pascal Wehrlein (Mercedes), 1.28,489 (48 v.)
Susie Wolff (Williams), 1.28,906 (86 v.)

Aparentemente, os Lotus/Mercedes estão bastante rápidos, com Grosjean e Maldonado a obterem boas marcas. Parece evidente que o E23 Hybrid/Mercedes é bastante melhor que o E22/Renault mas, convenhamos, também não era difícil… Mas se cruzarmos os tempos com os pneus usados e a forma como foram obtidos, aí houve oito equipas em choque com a forma dos Mercedes!

Porque os dois Lotus, bem como Perez e Verstappen usaram os pneus supermacios que aguentam, no máximo quatro voltas. Já os Red Bull, Ferrari e Williams alcançaram as suas marcas com pneus macios. Como não terão ficado, ao perceber que os Mercedes obtiveram o 2.º melhor tempo (Rosberg) ou um 9.º mas ainda no segundo 24 (Hamilton) utilizando pneus médios e durante séries mais longas de voltas?! Esta acaba por ser uma das mensagens mais fortes dos testes de Barcelona, por ser uma conclusão que parece já óbvia: quando chegar à hora da verdade, os Mercedes deverão continuar inalcançáveis!

Outra conclusão óbvia é que só um milagre permitirá aos McLaren/Honda chegarem em boas condições a Melbourne… Os testes têm corrido horrivelmente mal e se o programa já estava atrasado em 50%, agora já será um milagre que um dos dois carros termine a corrida australiana. A todos os problemas, só lhe faltava mesmo um acidente estranho atribuído ao vento e que obriga o seu grande reforço de 2015 a passar uns dias em observação num hospital…

O restante panorama mostra-nos um (aparente) equilíbrio entre Red Bull, Ferrari e Williams, com a Lotus a poder imiscuir-se na luta pelos lugares da frente. Ou seja, pelo que se viu em Barcelona, será animada a luta… pelo primeiro não-Mercedes!
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