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Como é que, em tantos treinos, ninguém conseguiu afinar bem os carros?!

O que andaram centenas dos melhores engenheiros do Mundo, auxiliados pelas mais avançadas tecnologias e pelos mais complexos simuladores nas fábricas da Europa a fazer durante três sessões de treinos livres para o G.P. do México?... A pergunta pode colocar-se depois de, na qualificação, muitos dos pilotos da frente – sim, os que fizeram os melhores tempos! – se terem queixado da dificuldade de controlo dos seus carros e de conseguirem fazer uma volta em condições.

Então, afinal, de quanto tempo precisa uma equipa de F1 para colocar um carro bem adaptado a uma pista que já não é desconhecida e em que teve três sessões de treino realizadas em condições atmosféricas iguais?! «O Q3 foi a minha pior sessão de todo o fim-de-semana», dizia Hamilton que, apesar disso, alcançou a 10.ª «pole» do ano. Confundido?... É natural, teoricamente devia ser nessa altura que os carros atingiam a perfeição das afinações, ao fim demais de quatro horas de trabalho em pista e muitas mais em «briefings», cálculos e simulações…

Mas as equipas não conseguiram fazer com que os pneus trabalhassem correctamente numa volta à pista mexicana. «Não consegui fazer três bons sectores na mesma volta», lamentava-se Hamilton, garantindo que tinha potencial para baixar bastante o 1.18,704 que lhe deu a «pole». E viu-se como Nico Rosberg se debateu com problemas com a temperatura dos pneus para conseguir, apenas no derradeiro segundo, saltar para a primeira linha

Também Daniel Ricciardo reconheceu que a qualificação tinha sido uma… «salganhada»! «Foi caótico, toda a gente teve problemas com o comportamento dos carros. Eu tive enorme dificuldade mesmo na minha última volta, nem sei como consegui ser mais rápido. Não esperava um carro perfeito pelo efeito da altitude e com uma pista tão lisa que tem pouca aderência, mas não era lá um grande carro… Por isso o 4.º tempo até é uma sorte!».

A altitude e a pista com pouca aderência são factores que os engenheiros já conhecem, no mínimo, há um ano… É verdade que as baixas temperaturas foram um factor algo inesperado. Mas não deixa de ser estranho ver equipas como a Mercedes e Red Bull (para já nem falar da Ferrari) algo perdidas em relação à forma como colocar os carros a usarem de forma competente os pneus logo à primeira volta. E ficando numa situação delicada em que os pneus pareciam atingir o seu melhor no último sector da primeira volta lançada e nos dois primeiros da segunda. O que não dá para uma boa volta…

Poderia dizer-se que foram condições circunstanciais que colocaram toda a gente «às apalpadelas». Mas, estranhamente, parece ter havido uma equipa muito mais competente na adaptação às condições invulgares colocadas pelo circuito Hermanos Rodriguez: a pequena e com muito menos meios Force India. Porque a verdade é que, mesmo tendo ficado a seis décimos de Hamilton, nunca Nico Hulkenberg tinha ficado tão perto da «pole» (em condições normais de piso seco) e logo na sua primeira volta, o que mostra que, afinal, havia forma de pôr o carro a funcionar como devia ser…

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