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Ecclestone: «Problema da F1 é ser uma democracia… e eu sou contra!»

Bernie Ecclestone igual a si próprio numa entrevista concedida à cadeia espanhola Movistar+, acerca do principal problema da Fórmula 1: «A F1 de hoje é como uma democracia e eu sou um bocado contra esta democracia. É difícil conseguir que todos se ponham de acordo. Se chegássemos a um acordo com a FIA, podíamos fazer o que achássemos melhor, era assim que devia ser».

E, de acordo com Ecclestone, o ideal era afastar muita da tecnologia actual, começando pelos grupos propulsores híbridos que sempre criticou. «Nunca os teria aceite! Por outro lado, a F1 tornou-se demasiado clínica. ‘Não faças isto, não podes fazer aquilo’. Imagine-se o pobre piloto que conseguem um 4.º lugar na grelha e é penalizado com cinco ou dez lugares só porque lhe trocaram a caixa ou o motor. É um erro…».

Para o «todo-poderoso» da F1, a F1 tem de ser uma competição de pilotos. «Quando os semáforos se apagam o piloto tem de conduzir. E o que é curioso é que os pilotos também não gostam deste género de F1, preferem ser eles a comandar todo o processo». E, mantendo o tom crítico em relação a uma F1 demasiado «polida», pela qual culpa, sem o dizer, o presidente da FIA, Jean Todt, acaba por lançar mais uma farpa: «Gostaria que o Max Mosley [anterior e polémico presidente da FIA] regressasse e creio que há muita gente a desejá-lo».

Na entrevista, entre muitos outros temas, Ecclestone abordou também as queixas quanto ao perigo que correm as provas mais míticas do calendário europeu, com a anulação do G.P. da Alemanha e os riscos que Monza corre. «Há provas que estão há muitos anos na F1 e pensam que é um direito adquirido, que podem ficar a dormir e não fazer tudo o que os outros fazem».

E concretiza: «Não sei o que se vai passar com a Alemanha. Se respeitarem os contratos estará tudo bem. Monza poderá cair, não me parece que tenham vontade de fazer as coisas funcionar, é triste que tenhamos chegado a um acordo há dois anos e o tenham esquecido. Gosto de tratar com pessoas, não apenas com contratos, e espero que não esqueçam um aperto de mãos!».

A finalizar, mais uma tirada «à Ecclestone» que, aos 84 anos, diz não pensar ainda em retirar-se: «Mas quando me for embora haverá muita gente aliviada e feliz!».

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