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G.P. da Bélgica – Hamilton supersónico igualou o inalcançável Schumacher!

Que poderia Lewis Hamilton pedir mais? No seu 200.º Grande Prémio conseguir igualar o… inalcançável recorde de Michael Schumacher de 68 «pole positions»! Com uma volta soberba e simplesmente incrível a Spa-Francorchamps, garantiu que largará na frente para o G.P. da Bélgica de amanhã mas… a seu lado estará Sebastian Vettel (Ferrari), seu rival e líder do Mundial, para uma corrida que promete luta directa desde o apagar dos semáforos!

Chegados a uma das pistas mais rápidas do ano, os carros de 2017 provaram os seus atributos, até porque ajudados pelos pneus ultramacios que a Pirelli decidiu levar pela primeira vez para Spa: Hamilton fez uma volta aos 7,004 km da pista belga em 1.42,553 (média de 245,9 km/h!), ou seja, menos 4,2 s que a «pole» do ano passado! Mas há mais: os primeiros 17 (em 20…) desta qualificação fizeram melhor que a «pole» de 2016…

A única coisa que não correu bem a Hamilton foi o ataque de última hora de Vettel que lhe estragou uma primeira linha só da Mercedes. Mas foi compensado ao sair do carro quando, em plena grelha, lhe apareceu Ross Brawn para o felicitar por ter igualado o recorde de Schumacher com algo que o deixou comovido: «Lewis, trago-te uma mensagem da Corina Schumacher e de toda a sua família. Eles pedem-me para te dizer que o Michael sempre disse que os recordes estavam aí para serem batidos e que, por isso, te felicitam por este teu feito».

O piloto britânico ficou visivelmente emocionado e diria: «Ao ouvir esta mensagem trazida pelo Ross, só tenho de agradecer e rezar pelo Michael e pela sua família. Tive o privilégio de correr com ele, até em ‘karts’ na pista de Kerpen, e sempre o admirei. Posso estar empatado com ele numa estatística, mas o Michael há-de ser sempre um dos maiores de todos os tempos!».

O Q1 confirmou o fim-de-semana miserável da Williams que ficou com os dois carros eliminados, inclusive com o esforço de Stroll frustrado por algumas peças que saltaram do carro… O Toro Rosso de Kvyat (provavelmente ainda num modo de motor defensivo pelo problema no treino livre da manhã) e os dois Sauber acompanharam-nos. Lá na frente, Hamilton foi 0,09 s mais rápido que Vettel com os Mercedes e Ferrari a usarem pneus supermacios.

Já no Q2 ninguém arriscou e montaram os ultramacios, o que significa que é com esses pneus que iniciarão uma corrida que se prevê de duas paragens. E Hamilton enviou uma forte mensagem porque, mesmo com um erro em que teve de «salvar» o carro, fez o melhor tempo com um novo recorde de 1.43,5! O problema era o esforço pedido a esses pneus, enquanto Vettel fora quatro décimos mais lento, mas poupando-os mais… Até na qualificação é preciso pensar na corrida, em especial no Q2! Depois de analisarem os pneus, os homens da Mercedes acharam que não estariam em boas condições para começar a corrida, pelo que Hamilton teve de voltar para a pista com a obrigação de melhorar o tempo e… bum!, 1.42,927, quase 4 s abaixo da «pole» do ano passado!

A passagem ao Q3 foi bem discutida, no fundo são apenas quatro lugares, pois seis estão «atribuídos» à Mercedes, Ferrari e Red Bull… E foram os dois Renault e os dois Force India a ficar com eles, com Hulkenberg a expulsar alonso no último minuto enquanto o espanhol gritava por ter ficado sem potência… Mas o grande destaque tem de ir para Jolyon Palmer a ter um fim-de-semana espectacular, sempre mais rápido que Hulkenberg. Não há nada melhor para recarregar as baterias do que escalar o Kilimanjaro nas férias!! De fora ficaram Vandoorne (que na última contagem já ia com 65 lugares de penalização na grelha!), o Toro Rosso de Sainz, os dois Haas e Alonso.

Chegados à fase decisiva, Hamilton já tinha mostrado onde podia colocar a fasquia, entrando no inimaginável segundo 42. O que teriam os Ferrari para responder? Aparentemente pouco, porque chegou a altura da Mercedes recorrer ao modo especial de qualificação do seu motor, em particular da evolução aqui estreada. Na sua primeira tentativa, Hamilton tirou alguns centésimos à extraordinária marca feita no Q2, enquanto mais ninguém parecia em condições de entrar no segundo 42…

À segunda, o britânico aplicou-se ainda mais no segundo sector, o mais sinuoso e onde perdia para os Ferrari, e saiu a marca fabulosa de 1.42,553 que já parecia «pole» indiscutível! «Nem acredito no que consegui, este é um dos meus circuitos favoritos e conseguir uma volta destas é um sonho. Tenho o melhor trabalho do Mundo! Tive umas grandes férias e sinto-me fresco. A segunda parte da época vai ser dura, mas estamos preparados para isto!», exclamava, enquanto via o seu colega de equipa ficar com o 2.º tempo, a meio segundo. «Por alguma razão tenho tido problemas este fim-de-semana e não tenho conseguido estar tão perto do Lewis, temos de investigar porquê», dizia um descontente Bottas.

A Mercedes estava quase convencida de que iria dominar a primeira linha, pois Kimi Raikkonen tivera de abortar a sua volta por um erro e Sebastian Vettel mostrara-se uns furos abaixo ao longo d toda a qualificação… até ao derradeiro segundo! Em que cortou a meta com outra volta soberba (1.42,795), colocando-se ao lado de Hamilton para o «sprint» de apenas 250 metros de amanhã, até à primeira curva! E agradeceu-o… ao azar do colega de equipa: «Foi na altura certa! Só mesmo no final senti o carro bom e tive sorte com o azar do Kimi que teve de abortar a volta mas deu-me um bom cone de ar…».

O alemão não esconde que a Ferrari tem um carro muito forte para a corrida, já ontem tendo chegado a ser meio segundo por volta mais rápido que os Mercedes em condições de corrida! «Numa volta só é difícil, mas em voltas consecutivas com carga elevada de combustível acho que temos um bom carro», disse, esperançado em conseguir a vitória.

Apesar de terem ficado com os 5.º e 6.º tempos esperados, na Red Bull via-se o lado positivo de terem ficado relativamente próximos de Bottas e Raikkonen, sem modos especiais de qualificação nos motores. Verstappen alegrou os 80 mil holandeses (!) continuando a ser mais rápido que Ricciardo. A falta de sorte continua a perseguir Palmer e, logo na prova em que estava a brilhar tão alto e a ser «o melhor dos outros», nem conseguiu iniciar uma volta lançada, ao ficar parado na pista sem pressão de óleo na caixa de velocidades…

Assim, coube a Hulkenberg vencer essa guerra, batendo os dois Force India que, no entanto, poderão ser fortes na corrida. Pela afinação aerodinâmica adoptada, com pouco apoio para privilegiar a velocidade de ponta e… a facilidade em ultrapassar, ao contrário dos Renault que estão a usar mais carga aerodinâmica, sendo mais lentos em recta. Tempos da qualificação:

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Hoje, contudo, foi só um aperitivo para o que nos espera amanhã. Felizmente que as previsões meteorológicas falharam redondamente, o que é frequente na zona das Ardenas, e esperemos que o mesmo suceda amanhã e que a chuva não afecte uma corrida que promete! O arranque está marcado para as 13 horas de Portugal Continental e Madeira, para emocionantes 44 voltas aos fascinantes 7,004 km de Spa-Franchorchamps.

A grelha de partida será, contudo, algo diferente da classificação que está ali em cima… Vandoorne largará de último por ter 65 lugares de penalização (duas trocas de motor e uma de caixa), Kvyat 20 lugares (troca de alguns componentes do grupo propulsor) e de 5 lugares para Massa (não abrandou numa dupla bandeira amarela no terceiro treino livre) e para os dois Sauber (trocas de caixa). E ainda faltava ver se a Renault não terá de mudar a caixa no carro de Jolyon Palmer relegando-o de 10.º para 15.º na grelha…

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