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G.P. de Espanha – Como Hamilton venceu um duelo de gigantes com Vettel!

Há anos que esperávamos por este duelo! Uma luta directa entre Hamilton e Vettel, entre Mercedes e Ferrari, luta corpo-a-corpo, por cada centímetro de pista, pressão estratégica procurando obrigar o outro a cometer um erro! Que corrida o G.P. de Espanha e que Mundial de F1 temos em mãos! Desta vez venceu Hamilton (55.º triunfo), ficando a apenas seis pontos de Vettel no campeonato. Mas o alemão e a Ferrari têm todas as razões para não ficarem convencidos…

Na prova de Barcelona houve de tudo até os dois candidatos ao título… a baterem rodas a meio da corrida! «Que trabalho fantástico este fim-de-semana, com trocas de pneus impecáveis, estratégica perfeita, um dia fantástico!», exclamava Hamilton pelo rádio após cortar a meta. E só lhe faltou juntar o nome do colega de equipa Bottas que também desempenhou papel fundamental numa vitória que é um exemplo de como a F1 é, acima de tudo e ao contrário do que possa parecer, um «jogo colectivo».

Barcelona foi a prova derradeira de que teremos, este ano, um fantástico Mundial disputado por dois enormíssimos pilotos que, para mais, se respeitam profundamente. «É assim que as corridas devem ser!», dizia Hamilton no final, no que era acompanhado por Vettel: «Acho que foi uma bela corrida e que demos um belo espectáculo a estes milhares de espectadores». Para já, apenas 6 pontos os separam, ao fim de cinco corridas em que venceram duas cada. E não se vê quem mais os possa acompanhar, em especial depois dos abandonos de Bottas e Raikkonen…

Hamilton bem desconfiava da nova sequência de arranque de que se apercebera durante os treinos que a Ferrari estava a usar e, pelos vistos, bem mais eficaz, pois Vettel largou que nem um foguete, colocando-se por dentro à chegada à primeira curva e assumindo o comando. «Tive uma grande partida, as rodas ainda patinaram mas carreguei de novo na embraiagem e consegui chegar à primeira curva por dentro».

Hamilton, por seu turno, também não partiu muito bem – «não sei o que correu mal, mas sei que não foi boa, terei de analisar o que sucedeu» – e quase era passado por Bottas, não fosse a travagem demasiado cautelosa do finlandês. Tão cautelosa que acabou por ver Raikkonen passar por si, com a roda dianteira do Mercedes a tocar na traseira do Ferrari que iria bater no Red Bull de Max Verstappen. «Bateram-me na traseira, o carro saltou e bateu no do Max», resumiu Raikkonen, fora de prova, tal como o holandês, com as suspensões dos carros partidas.

Vettel ganhou 2 s de avanço só na primeira volta e obrigou Hamilton a forçar o ritmo para se aproximar. Mas, desta vez, começou a perceber-se que o Mercedes poderia estar ligeiramente mais rápido em condições de corrida e isso foi criando uma certa pressão sobre a Scuderia que arriscou a parar primeiro, montando pneus macios. Hamilton ficaria em pista mais algumas voltas, no que parecia uma manobra arriscada e ainda mais quando montou os mais lentos pneus médios, saindo das «boxes» a 7,5 s de Vettel…

Mas o alemão encontrava na pista o Mercedes de Valtteri Bottas que ainda não tinha parado e o finlandês fez o jogo da sua equipa, atrasando o Ferrari o mais possível. Até Vettel o conseguir passar, Hamilton tinha-lhe «comido» quase 4 s e isso viria a ser decisivo, tal como as estratégias inversas adoptadas.

Poucas voltas depois, um «safety car» virtual – provocado pela suspensão partida do McLaren de Vandoorne que se distraiu e deu um toque no Williams de Massa… – definiria o outro momento crucial da corrida, quando a Mercedes trocou os pneus de Hamilton voltando a montar macios, respondendo a Ferrari mas com a obrigatoriedade de pôr os médios no carro de Vettel. Momento de emoção máxima, quando o alemão voltou à pista ao mesmo tempo que Hamilton passava, discutindo ambos a travagem no final da recta, chegando os dois carros a tocar-se, com o Mercedes a sair ligeiramente!

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«Fiquei surpreendido por estarmos tão próximos, mas lá consegui ficar na frente», contou Vettel, enquanto Hamilton, talvez por ter ganho, dizia ter adorado aquele «bater de rodas»: «Vi o ‘Seb’ a sair das ‘boxes’ e é difícil perceber claramente em que posição estamos. De repente senti que me faltava pista, mas estávamos lado a lado. Mas é assim que as corridas devem ser e não mexeria em nada», disse, depois de os comissários também terem considerado que não havia ninguém a punir. E bem porque é, de facto, disto que as corridas são feitas, dois enormes pilotos a lutarem sem tréguas por cada milímetro de pista!

As posições, contudo, invertiam-se, Vettel estava na frente com os pneus mais lentos, seguido de Hamilton com os mais rápidos… O alemão defendeu-se magistralmente durante algum tempo, tirando partido das dobragens dos carros mais lentos, mas chega a uma altura em que já não há argumentos… «O Lewis teve uma estratégia inversa à nossa e sabia que ia ser apertado no final. Mas quando ficámos só os dois, ele acabou por me passar com alguma facilidade».

Depois, veio a surpresa final… Os pneus macios com que Hamilton teria de cumprir as últimas 27 voltas de prova simplesmente não se degradaram, para frustração de Vettel e da Ferrari que esperavam ver Hamilton a debater-se com grandes problemas no final, para ainda poderem lançar um último ataque. De tal forma que o britânico estabeleceu a melhor volta da corrida na penúltima… Novidade foi, contudo, o visível estado de fadiga com que os três primeiros saíram dos carros e Hamilton não o escondia: «É para isto que corro, foi das lutas mais duras de que me lembro! O pescoço não me dói mas devo ter perdido dois quilos nesta corrida, foi esgotante! O ‘Seb’ guiou fantasticamente bem e é um privilégio bater-me com tão grande piloto».

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Mas nem tudo foram boas notícias neste espectacular G.P. de Espanha… O 3.º classificado ficar a 1.15 m e todos os outros a mais de uma volta é uma má imagem para a F1 e mostra bem quanto Mercedes e Ferrari estão numa liga à parte. E também como as evoluções anunciadas pela Red Bull parecem ter passado ao lado dos seus objectivos… «Hoje tivemos alguma sorte e vamos recolhendo tudo o que pudermos», resumia Daniel Ricciardo que subiu ao pódio depois de Bottas ter sido traído pelo motor do Mercedes. Aquele que já tinha feito quatro Grandes Prémios e que foi montado como recurso na manhã de ontem… «Sabíamos que o motor estava no limite da quilometragem e que isto podia acontecer», disse o finlandês.

Não há palavras que cheguem para elogiar o magnífico trabalho que a Force India continua a fazer, tendo sido, com a Toro Rosso, uma das duas equipas a colocar dois carros nos pontos, mas em magníficos 4.º (Perez) e 5.º (Ocon) lugares! Mas a surpresa do dia tem de ser Pascal Wehrlein que conseguiu fazer com que uma estratégia de uma só paragem funcionasse para colocar o Sauber num fantástico 7.º lugar! «Ele mostrou o seu carácter e aquilo do que é capaz, depois das críticas que lhe fizeram muitas delas tão injustas», declarou Monisha Kaltenborn, director da equipa suíça. Só foi pena um ligeiro erro na única ida às «boxes» que lhe valeu uma penalização de 5 s e, com isso, a queda ao 8.º posto… Mas Wehrlein foi um dos homens do dia! Classificação:

PosPilotoEquipaTempo/Dif.Box
1 Lewis Hamilton Mercedes 1.35.56,497 h 2
2 Sebastian Vettel Ferrari a 3,490 s 2
3 Daniel Ricciardo Red Bull a 1.15,820 m 2
4 Sergio Pérez Force India a 1 volta 2
5 Esteban Ocon Force India a 1 volta 2
6 Nico Hülkenberg Renault a 1 volta 2
7 Carlos Sainz Toro Rosso a 1 volta 2
8 Pascal Wehrlein Sauber a 1 volta 1
9 Daniil Kvyat Toro Rosso a 1 volta 2
10 Romain Grosjean Haas a 1 volta 2
11 Marcus Ericsson Sauber a 2 voltas 2
12 Fernando Alonso McLaren a 2 voltas 3
13 Felipe Massa Williams a 2 voltas 3
14 Kevin Magnussen Haas a 2 voltas 3
15 Jolyon Palmer Renault a 2 voltas 3
16 Lance Stroll Williams a 2 voltas 2
Valtteri Bottas Mercedes Motor 1
Stoffel Vandoorne McLaren Colis./Susp. 1
Max Verstappen Red Bull Colis./Susp. 1
Kimi Räikkönen Ferrari Colis./Susp. 0

Desilusão foi Fernando Alonso que, na partida, foi apanhado na confusão sendo levado à gravilha e nunca mais se reencontrou… O fabuloso 7.º lugar na grelha transformou-se num 12.º lugar sem significado, a não ser o de primeira corrida do ano terminada! Agora, já estará a caminho de Indianápolis onde amanhã começam os treinos para as 500 Milhas onde irá correr, falhando o G.P. do Mónaco. Que se realiza dentro de duas semanas, coma característica especial de o primeiro dia de treinos livres ser na quinta-feira, dia 25 de Maio.

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