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G.P. do Brasil – Hamilton a «cantar à chuva» na maratona de S.Paulo

Lewis Hamilton conseguiu a… maior vitória do ano no Mundial de Fórmula 1, impondo-se com inusitada facilidade num complicadíssimo G.P. do Brasil que, ao todo, se prolongou por mais de três horas, com duas paragens pelo meio! A chuva fustigou Interlagos o tempo todo e provocou uma corrida cheia de acidentes, incidentes, «safety cars» e interrupções. E, no final, um passeio domingueiro a Hamilton que reduziu a 12 pontos a desvantagem no Mundial para Rosberg.

«Esta foi uma das vitórias mais fáceis!», diria surpreendentemente Hamilton. «Aqui, quando chove costuma ser das mais difíceis mas, desta vez, não tive quaisquer sobressaltos, nem sustos!». E quanto à última corrida, no Abu Dhabi, onde terá «apenas» de vencer e esperar que Rosberg não vá ao pódio, o tricampeão do Mundo diz apenas: «Estou na caça e só posso fazer o que tenho feito nestas últimas corridas! Vou para lá dar o máximo que posso, numa pista que tem sido uma pista boa para mim»

A chuva brasileira arranjou mais uma corrida caótica em Interlagos… Que começou com a sempre antipática decisão do arranque atrás do «safety car», mas compreensiva pela quantidade de água acumulada no asfalto. E quando saiu da frente do pelotão, Verstappen voltou a mostrar-se temerário e travou quando já não se pensava ser possível para colocar o Red Bull à frente do Ferrari de Raikkonen.

Na frente Hamilton abria ligeira diferença, «escudado» pelo «spray» que levantava – a 300 km/h aqueles pneus tiram 65 litros de água por segundo! –, enquanto Rosberg se mantinha afastado do «navegador» holandês. Houve mesmo quem, lá mais para trás, arriscasse a montar pneus intermédios, algo de que os homens da frente nem queriam ouvir falar!

As condições eram ainda muito delicadas e os pilotos com intermédios não ganhavam nada… Vettel, entretanto, perdia o controlo do carro e fazia um pião conseguindo não bater em nada, entrando nas «boxes». Logo a seguir seria Ericsson a bater forte, parando o seu Sauber mesmo a trancar a entrada das «boxes», levando a direcção de prova a fechar o acesso. Verstappen ainda entrou a tempo para montar intermédios, mas Ricciardo já entrou com o sinal vermelho, sendo penalizado em 5 s.

Mas o drama continuaria, mal o «safety car» voltou à «box»: dois dos carros da frente entraram em «acquaplanning» em plena recta da meta, Verstappen ainda se salvou mas Raikkonen deixou o Ferrari às «peças»! E a corrida foi mesmo parada durante quase meia-hora, sendo recomeçada de novo atrás do «safety car» e ainda com imensa água em pista. E com uma decisão muito polémica por parte de Charlie Whiting: todos os carros obrigados a partir com pneus de chuva forte, o que significava uma paragem «grátis» para os que tinham montado pneus intermédios… A Red Bull e Vettel recuperavam de uma decisão extemporânea!

O público já vaiava violentamente a direcção de corrida quando esta voltou a mostrar bandeira vermelha mas, na verdade, só Hamilton – o único que não tinha nenhum monolugar à sua frente… e nada interessado em que a corrida fosse interrompida antes dos 75% (54 voltas), dando-lhe só metade dos pontos! – achava que havia condições para retomar a corrida.

Novo recomeço e Verstappen voltou a mostrar a sua condução temerária, passando Rosberg ao curvar mais por fora, numa trajectória mais… «de karting», indo buscar mais aderência. E rapidamente fugiu ao alemão, em claras dificuldades para acompanhar o ritmo do holandês, já para nem falar do de Hamilton… Corrida muito discreta e demasiado cuidadosa de Rosberg para quem quer brilhar como campeão do Mundo…

Estranhamente, a Red Bull decidiu voltar a montar pneus intermédios, apesar da água que estava em pista e Verstappen fez a manobra do dia… ao salvar o seu Red Bull quando chegou a estar virado para os «rails»! Quem não o conseguiu fazer foi Felipe Massa que destruiu o Williams no dia em que se despedia do G.P. do Brasil… Um «adeus» profundamente emotivo, com o piloto aplaudido por todas as equipas, enquanto regressava à sua «box», em lágrimas e envolvido na bandeira brasileira!

Pela quarta vez foi chamado o «safety car» que entrou na «box» à 55.ª das 71 voltas, mas com Verstappen relegado para 16.º devido a uma estratégia claramente falhada que o obrigou a parar para montar pneus «full wet». Hamilton já se queixava de algum «cansaço», mas voltou a fugir de Rosberg que, depois de tudo o que já vira nesta corrida, percebeu que o melhor que tinha a fazer era guardar aquele precioso 2.º posto.

«Foi um dia bom para mim, soube que houve muitos problemas lá para trás, ainda vi alguns nos ecrãs do circuito. Mas eu não tive qualquer dificuldade, foi quase um passeio!», assumiu um Hamilton que se emocionou no pódio por conseguir a primeira vitória em casa do seu ídolo, Ayrton Senna. Mais: Hamilton obteve o 52.º sucesso e tornou-se o segundo mais vitorioso de sempre! «Não foi o meu dia e o Lewis foi melhor», reconheceu Rosberg.«As condições estavam muito difíceis e, no final, vivo bem com este segundo lugar. Ainda apanhei um susto, mas consegui manter-me na pista...».

Com os melhores pneus de chuva, o final de corrida valeu pela espantosa recuperação de Verstappen que foi por ali acima passando todos os que lhe apareciam pela frente, até chegar a um merecido pódio, depois de tudo o que fez! «Foi uma corrida incrível com condições muito difíceis e a última recta muito escorregadia. Tive um momento assustador, em que estive a 90º com os ‘rails’, bloquei as quatro rodas e consegui manter-me na pista. Mas é um pódio fantástico!».

Atrás foi a total loucura e confusão, com a chuva a equilibrar todos os valores. Perez (Force India) ficou sem o pódio mesmo no final, mas já não tinha pneus para resistir à carga de Verstappen. Mesmo assim, ficou bem à frente de Vettel (Ferrari) que acabou por ter uma prova discreta e com um valente susto pelo meio… Discreto esteve também Ricciardo (Red Bull) que não conseguiu contrariar os erros estratégicos da sua equipa como fez Verstappen…

Por isso ficou atrás de Carlos Sainz (Toro Rosso) que fez uma brilhante corrida, como prometera se houvesse chuva, e Nico Hulkenberg. A Force India afasta-se ainda da Williams no 4.º posto do Mundial de Construtores. Classificação onde, finalmente, entrou a Sauber, com uma soberba actuação de Felipe Nasr que conseguiu um notável 8.º posto que coloca a equipa suíça à frente da Manor e pode valer… quase 40 milhões de euros! Classificação:

PosPilotoEquipaTempo/Dif.Box
01 Lewis Hamilton Mercedes 3.01.01,335 h 2
02 Nico Rosberg Mercedes a 11,455 s 2
03 Max Verstappen Red Bull a 21,481 s 5
04 Sergio Perez Force India a 25,346 s 2
05 Sebastian Vettel Ferrari a 26,334 s 3
06 Carlos Sainz Toro Rosso a 29,160 s 2
07 Nico Hulkenberg Force India a 29,827 s 3
08 Daniel Ricciardo Red Bull a 30,486 s 5
09 Felipe Nasr Sauber a 42,620 s 2
10 Fernando Alonso McLaren a 44,432 s 3
11 Valtteri Bottas Williams a 45,292 s 4
12 Esteban Ocon Manor a 45,809 s 2
13 Daniil Kvyat Toro Rosso a 51,192 s 4
14 Kevin Magnussen Renault a 51,555 s 4
15 Pascal Wehrlein Manor a 1.00,498 m 3
16 Jenson Button McLaren a 1.21,994 m 5
Esteban Gutierrez Haas Prob. mecânicos 5
Felipe Massa Williams Acidente 4
Jolyon Palmer Renault Colisão 3
Kimi Raikkonen Ferrari Acidente 0
Marcus Ericsson Sauber Acidente 1
Romain Grosjean Haas Não alinhou/Acidente 0

Com estes resultados, a decisão do Mundial ficou mesmo adiada para a última corrida do ano, no Abu Dhabi. Mesmo que Hamilton vença, Rosberg pode ser 3.º para garantir o título. Mas isso é daqui a duas semanas, com a corrida às 13 horas de Portugal Continental e Madeira do dia 27 de Novembro.

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