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G.P. do Brasil – Vettel devolveu o sorriso aos «tifosi»!

Demorou mas a qualidade esteve sempre lá e teria de voltar a vir ao de cima! E foi hoje, em Interlagos, com uma corrida bem controlada desde o arranque, que a Ferrari e Sebastian Vettel voltaram às vitórias na Fórmula 1, no G.P. do Brasil, pouco mais de três meses depois do último sucesso, no G.P. da Hungria. E, assim, o 2.º lugar no Mundial ficou praticamente garantido!

«Fico feliz acima de tudo por todas as pessoas que trabalham na equipa e em Maranello. Têm trabalhado imenso, mas têm tido umas semanas muito duras, por isso é bom oferecer-lhes esta vitória», declarou o alemão, depois de uma longa batalha com Valtteri Bottas (Mercedes), comemorada até com uns piões, apesar de a mecânica ainda ter de durar mais uma corrida. Aliás, toda a prova foi uma perseguição «à vista» dos dois Ferrari com o Mercedes no meio, a que se juntaria já no final um Hamilton a fazer uma extraordinária recuperação, terminando o quarteto da frente separado por apenas 5,5 s!

Vettel começou a resolver a corrida logo no arranque, não propriamente no «timing» de reacção aos semáforos, em que Bottas foi igual ou infimamente melhor. Foi no momento de activar a segunda embraiagem que o Ferrari parece ter ganho um embalo maior que permitiu ao alemão colocar-se ao lado do finlandês, por dentro, e reivindicar a liderança.

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Mas a primeira volta seria suficientemente agitada – Vandoorne entalado entre Magnussen e Ricciardo, todos bateram e só o Red Bull sobreviveu, mais à frente foi Ocon a ser abalroado por Grosjean e a interromper o seu recorde de corridas terminadas para um estreante – para o «safety car» ser chamado, o que foi mesmo o que Lewis Hamilton (que largara das «boxes») precisava para reentrar no pelotão. Na frente, Vettel conseguiu ganhar algum avanço sobre Bottas, sem nunca chegar aos 2 s, enquanto Raikkonen se tentava chegar e Verstappen acompanhar o comboio.

Mais atrás, Hamilton e Ricciardo trepavam pelotão acima, com o piloto da Mercedes a entrar nos pontos logo à 9.ª volta! Era uma corrida à parte e ambos davam espectáculo, com ultrapassagens por fora ou por dentro, também tirando óbvia vantagem da superioridade dos seus carros. Hamilton, com uma nova mecânica (montaram-lhe o quinto motor da época) estava num autêntico contra-relógio de 71 voltas com um ambicioso pódio como objectivo!

Entretanto, Bottas aumentava o ritmo, reduzia a diferença para Vettel a pouco mais de segundo e meio e a Mercedes tentou a jogada das «boxes», antecipando-se à Ferrari, na troca dos supermacios por macios. Hoje, contudo, a equipa que foi a mais rápida na troca de pneus nos últimos Grandes Prémios não se exibiu à mesma altura e pode ter perdido aí a corrida: Bottas esteve parado (segundo a cronometragem televisiva) 2,7 s e, na volta seguinte, a Ferrari «despachou» Vettel em apenas 2,1 s. Seis décimos que poderão ter sido decisivos, pois os dois carros ficaram colados quando o alemão regressou à pista!

Assistiu-se depois ao que será outra surpresa, ver o Ferrari muito mais à vontade com pneus macios que o Mercedes e Vettel a abrir uma vantagem confortável para Bottas. A corrida parecia decidida, até se ouvir uma mensagem, a sete voltas do final, de que a Ferrari pedira a Vettel para poupar os pneus. Bottas tentou então um último ataque, mas Vettel tinha tudo controlado para o seu regresso às vitórias, mais de três meses depois do último triunfo, no G.P. da Hungria.

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«Foi um grande alívio! Foi um dia e uma corrida muito duros, tínhamos mais ou menos o mesmo ritmo e não havia qualquer espaço para erros, foi muito difícil», disse o alemão, depois do já tradicional «Forza Ferrari!», pelo rádio do seu carro. E recordou o momento decisivo da corrida: «Arranquei bem mas, depois, as rodas patinaram um pouco e pensei que tivesse perdido a minha oportunidade. Afinal, o Valtteri devia estar a ter problemas ainda maiores e lá consegui meter-me por dentro, talvez o tenha surpreendido».

Mais que surpreendido, o finlandês estava extremamente desapontado: «Largando da ‘pole’ o único objectivo era vencer a corrida, por isso é muito frustrante ter perdido a corrida no arranque», declarou Bottas. «A partir daí foi uma luta muito equilibrada entre os dois, comigo sempre a tentar pressioná-lo, mas não consegui batê-lo. Foi impressionante a recuperação do Lewis!».

Bottas referia-se às 71 voltas em ritmo de qualificação feitas por Hamilton que, depois de deixar Verstappen para trás, sem qualquer hipótese de discutir a posição, foi «à caça» de Raikkonen e de um lugar no pódio. As últimas voltas foram intensas, com o finlandês a fugir ao britânico, num duelo tremendo, mas em que grande experiência do piloto da Ferrari, mais uns pneus supermacios que começavam a colapsar de 25 voltas a fundo, resolveram a questão a favor de Raikkonen que desde os tempos da Lotus não subia ao pódio em três corridas consecutivas!

«Aqui é quase impossível de ultrapassar quando as velocidades de ponta são muito semelhantes», explicava o finlandês. «O Lewis aproximou-se bastante mas não estava muito preocupado, porque conseguia sair sempre bem da última curva». Hamilton ganhou 16 lugares numa pista em que os pilotos dizem não ser fácil de ultrapassar, mas tinha um carro muito competitivo e um motor novinho em folha.

«Foi uma corrida divertida, a lembrara-me os tempos do ‘karting’, quando partia em último!», contou Hamilton. «Ontem fiz asneira e coloquei-me na pior posição possível… Hoje só queria redimir-me desse erro e fazer com que a equipa se orgulhasse de mim, dando-lhes alguns pontos. Ainda tentei atacar o 3.º lugar, mas fiquei sem pneus mesmo no fim. Diverti-me com a corrida e com as várias batalhas e acho que hoje provei que continuo com o fogo no coração e jovem por dentro pronto para muito mais corridas!».

A meteórica ascensão de Hamilton pelo pelotão não pode, contudo, esconder outra recuperação brilhante, a de Daniel Ricciardo que, ao fim de duas curvas, estava em último, depois de fazer um pião, tocado por Vandoorne… tocado por Magnussen. O australiano deu mais um festival de ultrapassagens – melhores até que as de Hamilton por não ter tanta vantagem do motor – e foi até ao 6.º lugar, atrás do seu colega de equipa. Não se podia exigir mais, até porque os Red Bull estavam claramente aquém do quarteto da frente em termos de andamento. No final, Verstappen ainda fez uma gracinha, quase obrigando a equipa a montar-lhe um jogo de pneus supermacios para as últimas voltas e batendo o recorde oficial da pista –que é estabelecido em corrida – e que era de Juan-Pablo Montoya, desde 2004…

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Animado foi a luta a três pelo sétimo lugar, com Fernando Alonso a pressionar durante toda a corrida um Felipe Massa que se queria despedir em beleza do seu público, juntando-se mesmo no final Sergio Perez, numa prova em que os Force India não se mostraram tão competitivos. Massa a tudo resistiu para conservar o 7.º lugar. «Foi crucial passar o Fernando logo após o ‘safety car’ porque sabia que ele teria melhor ritmo que eu. Depois, conseguiu mantê-lo atrás, numa corrida dificílima e com um final de emoção extrema. Hoje tive as mesmas sensações de quando ganhava uma corrida!», dizia Massa.

Alonso ainda apanhou um susto mesmo no final quando Perez aproveitou a maior potência do motor Mercedes para o atacar na subida para a meta, passando na linha praticamente a seu lado mas… 0,14 s depois! Nico Hulkenberg fechou o «top ten» mas a somar um único ponto a Renault conitnua em dificuldades para melhorar a sua posição no Mundial de Construtores, estando agora a 4 do 6.º lugar da Toro Rosso. Conseguirá marcar mais 5, pois o desempate favorece a equipa italiana?... Classificação:

PosPilotoEquipaTempo/Dif.Box
1 Sebastian Vettel Ferrari 1.31.26,262 h 1
2 Valtteri Bottas Mercedes a 2,762 s 1
3 Kimi Räikkönen Ferrari a 4,600 s 1
4 Lewis Hamilton Mercedes a 5,468 s 1
5 Max Verstappen Red Bull a 32,940 s 2
6 Daniel Ricciardo Red Bull a 48,691 s 1
7 Felipe Massa Williams a 1.08,882 m 1
8 Fernando Alonso McLaren a 1.09,363 m 1
9 Sergio Pérez Force India a 1.09,500 m 1
10 Nico Hülkenberg Renault a 1 volta 1
11 Carlos Sainz Renault a 1 volta 1
12 Pierre Gasly Toro Rosso a 1 volta 1
13 Marcus Ericsson Sauber a 1 volta 1
14 Pascal Wehrlein Sauber a 1 volta 1
15 Romain Grosjean Haas a 2 voltas 1
16 Lance Stroll Williams a 2 voltas 2
Brendon Hartley Toro Rosso Motor 2
Esteban Ocon Force India Colisão 0
Kevin Magnussen Haas Colisão 0
Stoffel Vandoorne McLaren Colisão 0

A Fórmula 1 abandona agora o continente americano onde realizou as últimas três corridas, para regressar ao Médio Oriente para a grande festa de encerramento. O palco será o opulento circuito de Yas Marina, para o G.P. do Abu Dhabi, dentro de duas semanas, mais uma corrida que começa ao pôr-do-sol, terminando já de noite.

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