G.P. do México – Hamilton voou sobre todas as emoções e polémicas!

Lewis Hamilton vai fazendo o que pode para não deixar escapar o título mundial para as mãos de Nico Rosberg e dominou por completo o G.P. do México. Com a 51.ª vitória igualou a marca de Alain Prost como segundo piloto mais vitorioso da F1. O seu problema é que a Mercedes obteve a sexta dupla do ano, ou seja, Rosberg foi segundo, cumprindo os «serviços mínimos» para manter o título balanceado para o seu lado.

A corrida mexicana teve de tudo, com ultrapassagens espectaculares, jogadas estratégicas, manobras falhadas e… muitas polémicas, com trocas de acusações e até uma «expulsão» do pódio de última hora! A altitude não fez bem a diversas cabeças… Começando logo na partida, com Hamilton a esquecer-se de travar e a seguir pela relva, mas sem perder a liderança, num «atalho» que lhe valeria algumas acusações no final. Rosberg e Verstappen tocavam-se e também o alemão se atirava pela relva, mantendo a 2.ª posição. O «safety car», devido ao acidente, cá para trás, que eliminou o Manor de Wehrlein, repôs a calma no pelotão.

A partir daqui, parecia uma prova tirada a papel químico da da semana passada, em Austin: Hamilton na frente a controlar as operações, gerindo o ritmo consoante as necessidades; e Rosberg a «levar» com os aguerridos Red Bull, de novo a dividirem estratégias para lhe provocarem enormes dores de cabeça, com destaque para Verstappen. O holandês pressionava Rosberg e tentou até uma ultrapassagem impossível numa manobra pouco pensada que só lhe destruiu a sua corrida, tal o estado em que ficaram os pneus…

Entretanto, a Ferrari engendrada uma estratégia totalmente diferente para Vettel, com uma paragem muito mais tardia que a de todos os outros, assim conseguindo recolocar o alemão na discussão dos primeiros lugares, com os Red Bull. Verstappen foi alcançado rapidamente por estar com os pneus em mau estado, mas sabe-se como o holandês é difícil de ultrapassar… E numa manobra no limite, teve mesmo de seguir pela relva para manter a posição, para fúria total de Vettel e da Ferrari! Que, entretanto, ficaram sob pressão do Red Bull de Ricciardo, o único a parar duas vezes e a recuperar com pneus em melhor estado.

Mesmo no final, e com Vettel a «fumegar» por Verstappen não lhe dar a posição que tinha mantido passando por fora da pista, foi a sua vez de ter de se defender de Ricciardo numa manobra para lá de todos os limites em que os dois carros se tocaram três vezes e só por milagre não ficaram por ali... Estava tudo a preparar-se para um final polémico, cheio de «bocas» e acusações, mais chamadas aos Comissários e a classificação suspensa por muitas horas!

Lá na frente, Hamilton vencia de forma tranquila, embora mais tarde também ele se visse envolvido nas polémicas… «Adorava que todas as corridas deste ano tivessem sido como estas duas últimas, mas a história mostra-nos que já é demasiado tarde para isso…», dizia Hamilton que, acerca do Mundial, se mostrava realista: «O Nico fez um grande trabalho para terminar na posição que precisava. Mas não vou desistir e vou continuar a dar tudo na próxima corrida. Se cortar a linha de meta no Abu Dhabi sabendo que dei tudo o que tinha, ficarei sempre orgulhoso da minha época».

Já Rosberg acabaria por ter um final de corrida tranquilo, graças à loucura de Verstappen que, depois de dar cabo dos seus pneus, nunca mais o pôde seguir. «Foi um bom dia, com batalhas tremendas. Levei um toque na primeira curva que cheguei a pensar que o carro se iria desintegrar! Depois tive uma boa batalha com o Max, mas tenho de aceitar este 2.º lugar como o melhor a que podia almejar».

Atrás dos dois Mercedes… foi o diabo! Verstappen nunca deu o seu lugar a Vettel que chegou a insultar o director de prova, Charlie Whiting, o que lhe irá dar, certamente, problemas, pelo menos alguns pontos mais na superlicença… A sua fúria passou por alguns gestos para o holandês assim que cortaram a meta e teve mesmo de ser acalmado quando saiu do carro. Nessa altura, estava Verstappen na sala que serve de antecâmara do pódio, com Hamilton e Rosberg, quando ficou de queixo caído ao ver a mensagem de que fora penalizado em 5 s pela sua manobra defensiva relativamente a Vettel… Calmamente, abandonou a sala e deu lugar ao alemão da Ferrari no pódio. Mas a raiva mudou de campo!

«Estava realmente desapontado quando cortei a meta, mas poder vir aqui à frente desta multidão é uma felicidade!», exclamaria o alemão da Scuderia, já mais bem-disposto. «Foi uma corrida super-emocionante, o Max cometeu um erro e fiquei extremamente frustrado por ele não me dar a posição como devia… Na altura foi difícil ficar calmo para continuar a conduzir e por isso tive dificuldades em defender-me do Daniel». Essa manobra levantou questões aos Comissários que chamaram Vettel e Ricciardo, deixando a classificação suspensa…

Umas horas depois, veio a decisão: o pilto da Ferrari tinha infringido a (ironicamente) apelidada «regra Verstappen», mudando de trajectória na fase de travagem para se defender de Ricciardo. Resultado: penalização de 10 s (e mais 2 pontos na superlicença, para um total de 6), caindo para 5.º, inclusive para trás de Verstappen que fora punido pela manobra… sobre Vettel! Uma confusão que vai encher muitas páginas ao longo desta semana, mas que deixou assim a classificação:

O G.P. do México deixou, com todas estas polémicas, o Mundial verdadeiramente escaldante e o ideal era que o G.P. do Brasil… fosse já amanhã! Mas teremos de esperar cerca de duas semanas para o regresso da Fórmula 1 a um circuito de Interlagos renovado – as novas instalações foram inauguradas no sábado – para uma corrida em que Rosberg será campeão se vencer a corrida ou marcar mais 7 pontos que Hamilton.