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Lauda dá voz às preocupações generalizadas pelo futuro da F1!

Começam a surgir algumas preocupações em torno do caminho que a Liberty Media – agora assumidamente F1 Group – está a traçar para a Fórmula 1. Não só por, ao fim de onze meses enquanto proprietários dos direitos comerciais e desportivos, não terem aparecido ideias e negócios concretos realmente novos… Também por o F1 Group ter acumulado prejuízos de 160 milhões de dólares nos primeiros nove meses do ano (cerca de 130 milhões de euros), face aos lucros de 234 milhões de euros em igual período do ano passado dos anteriores proprietários!

Pior ainda para os envolvidos na disciplina, pela primeira vez em muitos anos o «bolo» para prémios monetários a distribuir pelas equipas vai ser reduzido em cerca de 13%, de 256 para 221 milhões de euros. E isto já vai agitar bastante o «paddock»… É verdade que os gastos foram, este ano, muito elevados, em especial com a contratação de pessoal, mas também com a mudança de instalações. As receitas também foram ligeiramente menores, pela falta de um Grande Prémio, o da Alemanha. Mas não foram anunciadas quaisquer novas provas (França já vem do ano anterior), não foi resolvido o problema do «on-off germânico», nem novidades ou patrocinadores verdadeiramente importantes para o futuro a curto prazo…

A este propósito, Niki Lauda deu uma interessantíssima entrevista ao diário desportivo «La Gaszzetta dello Sport», onde enumerou, de forma serena, as preocupações que a aparente apatia do F1 Group começa a causar. «Estou preocupado… É verdade que os proprietários americanos precisavam de tempo para perceber a F1, mas esse tempo está a expirar. E o que eles pensam acerca do futuro deixa-me preocupado».

E o presidente não-executivo da equipa Mercedes elencou o que o apoquenta: «A FIA, Chase Carey e Ross Brawn repetem que é preciso nivelar a ‘performance’, mas o ADN da F1 é o oposto disso. É uma tontice pensar-se que para a F1 ser mais atraente temos de ter um vencedor diferente todos os fins-de-semana. A F1 é competição e o desenvolvimento dos carros é um dos seus mais importantes pilares, bem como a coragem dos pilotos. Em vez disso, pretende-se penalizar as melhores equipas e proteger os pilotos como se fossem bebés – por exemplo com a introdução do Halo».

Lauda não tem nada contra as futuras regras que procuram que a F1 passe a ter motores com custos menores, mas vê problemas noutro lado: «Certamente que encontraremos um compromisso satisfatório quanto aos motores. Mas o problema está noutro lado. Se os custos deles aumentaram em 70 milhões de euros de um ano para o outro, os lucros caíram… Para onde queremos ir a partir daqui? Deveria haver novas ideia para gerar mais dinheiro mais não as vejo… Será que imitar o que se faz noutros desportos são novas ideias?».

«É necessário um projecto mais amplo. Por exemplo, as limitações dos orçamentos de que se fala. São lógicas e correctas, mas é preciso um plano a três anos para o concretizar. Nós temos muitos empregados, o que fazemos com eles? Atiramo-los porta fora?! Porque até aqui, a Liberty apenas disse que queria introduzir essa limitação, mas nunca explicou como o pretende fazer…».

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