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Lenda Schumacher «nasceu» há 25 anos em Spa!

As regras estatísticas mandam que assim sejam… e assim será: faz hoje 25 anos que nasceu o mito Michael Schumacher, por ter sido a 25 de Agosto de 1991 que o alemão arrancou para o seu primeiro Grande Prémio, mesmo se mal chegou a fazer um quilómetro… Por isso, talvez a efeméride oficial devesse ser a 24, quando surpreendeu meio mundo ao conseguir o 7.º tempo para o G.P. da Bélgica de 91, com um Jordan/Ford! E confirmava o que tinha comentado em privado: «Tirando Senna e Prost, os outros consigo controlar»!…

Foi em Spa-Francorchamps que Schumacher se estreou «com estrondo» e a pista belga estaria ligada a grandes momentos da sua carreira: foi aí que, um ano depois, obteve a primeira das suas 91 vitórias; seria aí que, em 2004, festejaria o inimaginável sétimo título mundial de F1! Afinal, Spa sempre foi considerada a sua corrida de casa, era a pista de F1 mais próxima de Kerpen, a sua terra natal. Foi também em Spa que, em 1994, sofreu uma das maiores desilusões, ao ficar sem a vitória por ser desclassificado devido ao patim de madeira sob o seu Benetton ter espessura abaixo da legal… apesar de a equipa ter provado que isso se devera ao desgaste provocado por dois piões em cima dos correctores.

Michael Schumacher tinha feito uma grande carreira na Fórmula 3 e integrado a equipa júnior da Mercedes no Mundial de Resistência, fazendo equipa com Karl Wendlinger e Heinz-Harald Frentzen que também chegariam à Fórmula 1. Em 1991, a Jordan estava a fazer a sua época de estreia e logo com um chassis bastante competitivo, entregue ao experiente (mas demasiado fogoso…) Andrea de Cesaris e ao rápido Bertrand Gachot.

Sucede que, a pouco mais de uma semana da prova belga, Gachot teve uma altercação com um taxista londrino, em Picadilly Circus e usou um «spray» defensivo que a namorada levava na mala… proibido em Inglaterra. O belga acabou preso e a Jordan sem piloto! Willy Weber, «manager» de Schumacher, avançou de imediato com a hipótese do seu jovem piloto ocupar a vaga e tudo se precipitou rapidamente.

Não foi fácil libertá-lo do contrato com Peter Sauber (que alinhava os Mercedes na Resistência), Schumacher foi a correr para Silverstone fazer um teste com o Jordan no circuito sul (uma parte mais pequena da pista) e com um fato emprestado. «Lembro-me que havia uma chicane em que ele passava cada vez mais depressa e com um controlo de carro incrível. E que não parava nas ‘boxes’ quando lhe dizíamos, houve uma altura em que tivemos mesmo de mandar um mecânico para o meio da pista para o mandar parar! Mas como era rápido!», recorda Gary Anderson, projectista do Jordan 191.

Aprovado, Schumacher foi para Spa e… novo problema. «O Jordan perguntou-me se o Michael já tinha guiado em Spa e eu respondi-lhe que tinha feito umas 100 voltas», contaria mais tarde Weber. Na verdade, o jovem alemão – não tão jovem pelos parâmetros de hoje, pois tinha já 22 anos – nunca tinha corrido em Spa-Francorchamps! E, sem qualquer ajuda, reconheceu a pista… de bicicleta. Chegou a hora de se sentar no carro e foi mais ou menos «para que lado é?» e toca de se estabelecer logo entre os mais rápidos. No final das sessões de qualificação, um fantástico 7.º tempo e com sete décimos de avanço sobre De Cesaris! Já não se falava noutra coisa senão no fenómeno Schumacher mas… mal se sabia o que estava para vir…

A corrida, contudo, foi de pouca dura. Uma partida à defesa para evitar complicações, mas logo na subida do Raidillon o Jordan deixou de funcionar, com avaria da embraiagem. Schumacher nem um quilómetro chegou a fazer na estreia… Mas mostrara o que valia e, oportunista, Flavio Briatore tratou de o desviar imediatamente para a mais poderosa (financeiramente falando) Benetton/Ford, pela qual já alinhou na prova seguinte (Itália), apesar dos protestos de Eddie Jordan… Para conseguir os primeiros pontos no Mundial, com um 5.º lugar em Monza.

A partir daí, a história é por demais conhecida e a lenda foi construída à força de muitos êxitos e de números incríveis, muitos dos quais ainda hoje são difíceis de alcançar: sete títulos, 91 vitórias, 68 «pole positions», 77 melhores voltas em corrida, 155 pódios, 5111 voltas na liderança! E de feitos maiores que os números, como a forma como conseguiu construir à sua volta uma Ferrari tão forte como nunca se viu, para somar seis títulos consecutivos de Construtores.

Faz hoje, oficialmente, 25 anos que começou a enorme lenda Michael Schumacher. Que não pode terminar da forma trágica em que se encontra neste momento, com o alemão num longo processo de recuperação do gravíssimo acidente sofrido numa estância de esqui. Por isso aqui partilhamos: #keepfightingMichael !

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