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Na «guerra» do desenvolvimento, Mercedes evoluiu motor, Ferrari tem nova suspensão

Vinha-se falando na situação difícil em que a Ferrari se podia encontrar para o que falta da época, por já estar a usar, há algumas provas, o quarto e último turbo autorizado para todo o ano em ambos os carros. A Mercedes parecia muito mais à vontade por estar ainda nos terceiros componentes do seu grupo propulsor. Mas eis que os campeões decidiram montar também os quartos motores V6, turbo e MGU-H, ficando assim também no limite das penalizações!

A situação da Mercedes é, contudo, bastante diferente da da Ferrari, pois os quartos elementos foram introduzidos não por necessidade imperativa ditada por alguma quebra mas sim por uma opção para ir buscar mais potência. Dito de outra forma, foram tirados os V6, turbos e MGU-H «n.º 3» que tinham feito apenas duas corridas – estando, por isso, praticamente novos e aptos para serem reutilizados –, para serem montados novos componentes mais evoluídos que permitem, segundo se pensa, usar modos electrónicos mais agressivos que significam potência mais elevada.

Spa é a pista onde o MGU-H é mais importante, pelas duas longas zonas a fundo (a zona de EauRouge/recta Kemmel e a zona de Blanchimont) que permitem regenerar quantidades gigantescas de energia que são depois colocadas ao serviço do MGU-K – recorde-se que a regeneração de energia está limitada no «K» mas é ilimitada no «H». Assim, a Mercedes estará a apostar numa evolução deste último componente, em turbos que conseguem fazer mais rotações e num V6 com a combustão optimizada para, pelo menos na pista belga e em Monza, ganhar uns cavalos extra. Que poderão voltar a fazer falta na rapidíssima pista de Suzuka e no México com a sua longa recta da meta…

Pelo meio, pode ir jogando com o conjunto de componentes pouco usados de que dispõe para os ir rodando, de forma a tentar garantir que não sofrerá qualquer penalização (pelo uso de um quinto elemento) até ao final da temporada. Afinal, o mesmo exercício que a Ferrari está a fazer, com a diferença que a Scuderia o iniciou bastante antes…

Na Ferrari também se trabalhou a fundo para que o SF70H chegasse a Spa mais competitivo, de forma a poder andar mais perto dos Mercedes numa pista teoricamente desfavorável. «Esta é uma pista que estará ao nível de Silverstone onde tivemos o nosso fim-de-semana mais difícil. Mas se hoje voltássemos a Silverstone seríamos bem mais competitivos!», garante Vettel, prometendo luta aos carros prateados.

A grande evolução apresentada na Bélgica está, essencialmente, na suspensão dianteira que passou a contar com um terceiro amortecedor. O conceito terá sido aprovado em pista, durante os dois dias de testes na Hungria e serve para ajudar a manter o mais constante possível a altura ao solo e o ângulo de «rake» (a inclinação entre a frente e a traseira), independentemente de o piloto estar a travar ou a acelerar.

Além desta evolução que garante um comportamento muito mais consistente do chassis (também com vantagens na gestão do desgaste dos pneus), a Ferrari apresentou-se em Spa com novidades aerodinâmicas, com algumas revisões a nível de asas e do chão do carro. Veremos se tudo isto chega para superar o aumento de potência que se aguarda por parte da Mercedes, mas confirma-se que está lançada a corrida ao desenvolvimento que há-de decidir o Mundial deste ano!

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