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Porque são mais difíceis as ultrapassagens e… porque poderão ser mais fáceis

A Mercedes debruçou-se sobre a quebra do número de ultrapassagens verificada no G.P. da Austrália, face à edição do ano passado, procurando perceber se terá sido apenas a nova aerodinâmica dos monolugares de 2017 a causá-la. É verdade que, pelas características da pista de Albert Park, sempre houve poucas ultrapassagens em Melbourne, mas este ano esse número foi particularmente baixo. E, depois de um estudo aprofundado, há conclusões bastante interessantes.

Notando, sem surpresa, que a pista australiana nunca foi famosa pela facilidade nas ultrapassagens, a Mercedes vira-se já para o traçado de Xangai, com uma das maiores rectas do Mundial de F1. E acredita que, além da maior turbulência provocada pelas asas de maiores dimensões, há «factores secundários» a desempenhar papéis importantes nas ultrapassagens.

«Não houve degradação suficiente dos novos pneus da Pirelli para este ano, de forma a facilitar as ultrapassagens. As diferenças de ‘performance’ tornam-se maiores quando os pneus vão perdendo a aderência a diferentes níveis e isso não sucedeu em Albert Park», explica a Mercedes que avisa: «Não será correcto tomar a prova de abertura do Mundial como um exemplo definitivo em relação ao que se irá passar no resto da temporada».

E avança mesmo que, pelas observações já feitas, há alguns factores que poderão até facilitar as ultrapassagens este ano, ao contrário do que se diz… «A influência do efeito de aspiração é muito maior este ano, graças às novas regras. Carros maiores significam maior efeito de sucção. Quando os carros acelerarem nas longas rectas acabará por se criar um diferencial acentuado de velocidades quando entrarem na zona de ultrapassagem». A Mercedes refere ainda que o DRS se tornou 30% mais eficaz: «Graças, em parte, às asas traseiras mais largas, os benefícios em tempo por volta dados pelo DRS aumentaram em 30% e também isto facilitará as ultrapassagens, em especial em pistas com grandes rectas, como a China ou o Bahrain». Teremos oportunidade de o confirmar nas próximas duas semanas…

Há ainda um outro aspecto que a Mercedes destaca… e que lhe terá custado a vitória em Melbourne. «Há um outro ensinamento de Melbourne que devemos destacar. O Sebastian Vettel conseguiu seguir o Lewis de perto durante toda a primeira parte da corrida. Se ele o tivesse feito, durante 16 voltas, em anos anteriores, teria destruído os pneus! Mas nesta corrida conseguiu estar próximo do carro do Lewis de forma relativamente confortável e, depois, forçar o ritmo quando apanhou ar livre, acabando por chegar ao comando. Isso significa que se pode rodar bastante próximo».

A Mercedes não nega, contudo, que as ultrapassagens pareçam mais difíceis, mas defende que… «é assim que deve ser». «Depois de tantas queixas de que o DRS tinha tornado as ultrapassagens demasiado fáceis para a F1, vamos agora ver como serão um enorme risco. Os pilotos terão de arriscar tudo nas travagens, comprometer-se na manobra e não hesitar. Agora, para ultrapassar, é mesmo preciso lutar e é assim que deve ser. Talvez seja demasiado cedo para desistir da época de 2017…», conclui o estudo da Mercedes.

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