Testes no Bahrain: Bottas sem… ‘T’ liderou Vettel sem… luz e McLaren sem… problemas!

Valtteri Bottas fechou os dois dias de testes no Bahrain voltando a colocar o Mercedes no topo da tabela de tempos e das voltas percorridas (143!), num dia em que a Ferrari rodou pouquíssimo por ter encontrado muitos problemas, um deles fora do seu controlo… Mas o grande destaque tem de ir para a McLaren que cumpriu 82 voltas num só dia, com o belga Stoffel Vandoorne ao volante, sem conhecer problemas, o que deve ser a primeira vez que sucede este ano, apesar disso só ter deixado a equipa… mais baralhada!

O grande destaque na Mercedes vai para o facto de Bottas ter rodado sem aquela asa em ‘T’ que os detractores dizem parecer… um cabide. Pode ser já uma experiência para reagir à pressão crescente para banir aqueles apêndices aerodinâmicos, mas parece mais uma jogada à defesa da Mercedes depois de, em dois fins-de-semana seguidos, aquela peça se ter partido, por coincidência sempre no carro do finlandês. Antes que a FIA os proíba de a usar, os técnicos da Mercedes deverão ter querido perceber como se comportava o carro no «mundo real» sem ela. E o resultado parece ter sido bom, pois Bottas até melhorou a marca estabelecida na véspera por Hamilton, com os mesmos pneus macios.

Já a Ferrari teve um dia para esquecer, logo quando tinha Vettel à disposição para evoluir o SF70H. De manhã foi descoberta uma fuga que obrigou a desmontar toda a parte traseira do carro e que só permitiu que o alemão fizesse 9 voltas. E de tarde… «De repente a nossa garagem ficou completamente privada de energia eléctrica, não podíamos fazer nada!», contou um desolado alemão que terminou o dia com apenas 64 voltas, embora com o segundo tempo. «A falha de energia custou-nos, à vontade, umas duas horas de testes!».

Na Toro Rosso houve divisão de tarefas entre Kvyat e Sainz, com o espanhol a rodar só de tarde e a obter o 3.º melhor tempo. Já para a McLaren os testes terminaram com um sabor... agridoce! Teoricamente a equipa deveria ter ficado felicíssima, quase a deitar foguetes, por Stoffel Vandoorne ter completado 82 voltas (mais 40 do que fez em todo o fim-de-semana!) e ter conseguido melhorar a sua marca da qualificação até com pneus macios, em vez de supermacios. Mas a total ausência de problemas com a unidade híbrida MGU-H, depois de quatro dias de dores de cabeça e cinco dispositivos «destruídos» deixaram os responsáveis da Honda ainda mais… baralhados!

Eric Boullier, director desportivo da McLaren, embora satisfeito pela quantidade de informações recolhidas numa «excelente sessão de testes», era a voz da confusão que este último dia lançou na sua equipa… «Mudámos quatro MGU-H ao longo do fim-de-semana. Ontem, ao fim de duas voltas, novo problema com o MGU-H. Hoje, apareceu um alerta logo à quarta volta, não detectámos nada de especial e, depois, o MGU-H não teve mais problema nenhum… Assim vai ser difícil a Honda perceber qual o problema! Talvez seja um problema de fabrico do componente mas não da especificação em si própria… Também não é do nosso carro porque, se fosse, não teríamos feito hoje estas voltas todas…».

Kevin Magnussen prosseguiu o trabalho iniciado no dia anterior por Romain Grosjean de teste dos travões da Carbone Industries em vez dos da Brembo, com que o piloto francês disse ter sentido enormes melhorias em relação aos constantes problemas de travagem de que se tem queixado. Também na Force India o trabalho foi dividido, com Ocon de manhã a conseguir uma marca que lhe valeu o sexto tempo do dia. Destaquem-se ainda as 126 voltas cumpridas por Gary Paffett com o Williams, neste regresso à F1, uns anos depois de ter sido piloto de testes da McLaren… Tempos de hoje:

Terminados os dois dias de testes, as equipas tiveram de rapidamente acabar de «empacotar» todo o material. Uma parte irá já directamente para Sochi, para o G.P. da Rússia, regressando o mais importante, como os carros, à Europa, para uma passagem importante pela bases das equipas.