G.P. da Hungria – Vettel e Ferrari brilharam para Jules festejar!

Na corrida mais louca do ano, Sebastian Vettel obteve uma das poucas vitórias que lhe faltavam na carreira, a Hungria, e deu o 223.º triunfo à Ferrari. O alemão construiu o seu 41.º triunfo com um arranque soberbo e controlou toda a corrida com uma condução «robótica», sem quaisquer erros, em claro contraponto com o dia da Mercedes em que se acumularam as asneiras! De tal forma que Hamilton chegou a ter o comando do Mundial perdido para Rosberg… mas acabou a ganhar-lhe mais quatro pontos.

Tudo começou no arranque, em que Hamilton voltou a falhar de forma clamorosa, sendo passado pelos dois Ferrari de Vettel e Raikkonen que saíam do lado limpo da pista, mas também por Rosberg que largou do lado sujo! Mais à frente, o campeão do Mundo teve uma saída de pista e terminou a 1.ª volta em 10.º, começando uma corrida «horribilis»… Na frente, Vettel e Raikkonen fugiam a Rosberg, mostrando que os Ferrari tinham um ritmo de corrida de que a Mercedes nunca desconfiou ao longo do fim-de-semana!

Na pista em que sempre fez exibições memoráveis (vide vitória de 2014), Daniel Ricciardo também se mostrava rápido e interessado em espreitar os lugares da frente, mas os Ferrari pareciam inalcançáveis, com Rosberg impotente para os seguir. Mas já Raikkonen se queixava se falta de potência no seu motor – falha do sistema MGU-K, de recuperação da energia cinética – quando a asa dianteira do Force India de Nico Hulkenberg cedeu, causando um despiste e obrigando à entrada do Safety Car.

A vantagem de Vettel esfumou-se a 25 voltas do final mas uma corrida que já tinha sido agitadíssima e muito animada até ali prometia um final impróprio para cardíacos! Vettel, Raikkonen (com problemas mecânicos), Rosberg, Hamilton (que recuperara muitos lugares) todos recomeçavam com pneus médios, seguidos por Ricciardo com pneus macios, a coisa prometia.

E o recomeço foi agitado, com Rosberg a passar um impotente Raikkonen e Ricciardo a forçar a passagem a Hamilton que cometeria mais um erro, recebendo uma penalização. «Desculpem-me por esta corrida», diria o campeão do Mundo à sua equipa… Vettel não se afastava muito do duo Rosberg-Ricciardo e passava a ideia que, com pneus mais rápidos, se o Red Bull passasse o Mercedes, Ricciardo poderia atacar Vettel pela vitória! Foi o que o australiano tentou numa manobra arriscada e ambos os carros colidiram e… lá se foram duas corridas, Rosberg com um furo, Ricciardo com a asa dianteira estragada e Vettel a sorrir!

O alemão da Ferrari rodou sozinho até final, para uma vitória mais que merecida e que dedicou, ainda no carro, a Jules Bianchi que «mais cedo ou mais tarde faria parte desta família». Desde 2004, com Michael Schumacher, que a Ferrari não vencia na Hungria!

Com tanta agitação, Daniil Kvyat (Red Bull) que esteve quase para ficar fora da corrida na primeira curva por causa de um toque… viu-se no 2.º lugar, mesmo contando com 10 segundos de penalização por ter ultrapassado um carro para lá dos limites da pista. Notável resultado para o russo de 21 anos! E Ricciardo ainda conseguiu manter o 3.º posto num regresso de dois Red Bull ao pódio, o que não sucedia desde Singapura do ano passado.

A corrida foi de tal forma louca e agitada que permitiu a Fernando Alonso, com a sua garra a tenacidade habitual, chegar ao 5.º posto, melhor classificação do ano para a McLaren/Honda que ainda viu Jenson Button terminar na 9.ª posição! O espanhol bem dizia que a Hungria era a grande oportunidade para a McLaren marcar pontos… Classificação:

Para a Mercedes, foi um domingo desastroso e a primeira vez que não teve nenhum carro no pódio desde o começo da era híbrida na F1, ou seja, desde Março de 2014… Tem, agora, umas semanas de intervalo, com férias obrigatórias até ao G.P. da Bélgica, a 23 de Agosto, onde deverá regressar o seu domínio, pelas características de elevada velocidade do circuito de Spa-Francorchamps.