Sebastian Vettel voltou a livrar-se de ser fortemente penalizado pelo seu comportamento em pista, na sequência da colisão provocada no G.P. do Azerbaijão, ao atirar o seu Ferrari contra o Mercedes de Lewis Hamilton, quando ambos rodavam atrás do «safety car». Chamado a Paris, à sede da FIA, para se explicar, o alemão assumiu toda a responsabilidade pelo incidente.
O piloto alemão chegou acompanhado pelo director da Scuderia Ferrari, Maurizio Arrivabene, para se reunir com Jean Todt e outros dirigentes de topo da Federação Internacional do Automóvel, entre os quais o director de prova, Charlie Whiting, e o responsável pela segurança, Laurent Meckies. Em causa estava o seu comportamento em pista, numa reacção intempestiva ao que o alemão considerou ter sido um «brake test» de Lewis Hamilton mas que os comissários desportivos comprovaram, analisando a telemetria do Mercedes, não ter existido.
No dia do seu 30.º aniversário, mais de uma semana depois do episódio e já a frio, Vettel não teve problemas em reconhecer que reagira de forma incorrecta e apresentou as suas desculpas. O alemão aprestou-se ainda a apresentar, brevemente, um pedido público de desculpas e a participar em programas da FIA para a educação de jovens pilotos das fórmulas promoção. Pelo contrário, dada a natureza do incidente, a FIA retirou Vettel do seu programa de actividades em favor da segurança rodoviária até ao final deste ano…
No comunicado da FIA pode ler-se: «À luz destes desenvolvimentos, o presidente da FIA, Jean Todt, decidiu que, nesta ocasião, o caso deveria ser encerrado. No entanto, atendendo à gravidade da ofensa e às suas potenciais consequências negativas, o presidente da FIA deixou claro que, caso se verifique uma repetição de semelhante comportamento, o mesmo será imediatamente remetido para o Tribunal Internacional da FIA para posterior investigação».
Foi desta medida que Vettel se livrou, tal como já sucedera na fase final da temporada passada, após o G.P. do México, quando apresentou desculpas por escrito pelos insultos proferidos pelo rádio, nas últimas voltas da corrida, na direcção do director de prova, Charlie Whiting…
À saída da reunião, o piloto alemão não prestou declarações, mas Jean Todt explicou: «O desporto ao mais alto nível é um ambiente muito intenso em que, por vezes, os temperamentos às vezes podem explodir… No entanto, o papel dos desportistas de topo é lidarem com essa pressão de forma tranquila e comportarem-se de maneira a respeitarem as regras do desporto e a corresponderem ao elevado estatuto de que gozam». E de mais um episódio do «show Todt magnânime» é tudo… Porque, na verdade, não se percebe para que serviu todo este «show off»!...
