Fernando Alonso estava, naturalmente híper frustrado por nem ter conseguido chegar a ver os semáforos de partida para o G.P. da Rússia, tendo o seu McLaren/Honda parado antes da entrada na recta da meta. Quarto abandono na quarta corrida do ano que não faz o asturiano, segundo o próprio, desistir do projecto da McLaren, mas que o levou a… desligar-se de imediato para «virar a agulha» para Indianápolis onde, amanhã, fará o seu primeiro teste na grande oval!
Aliás, Alonso mostrava-se de tal forma animado com este desafio que ainda ontem colocou uma entusiástica mensagem na sua conta de Twitter: ««Novo dia, nova semana! Vamos a ela! Continuar a desfrutar! Estejam atentos nos próximos dias que irei desvendar muitas surpresas!». Amanhã poderá, por fim, sentar-se no Dallara W12/Honda da equipa Andretti Autosport e, durante um dia inteiro, ir descobrindo um mundo totalmente novo, o dos «superspeedways» e logo na maior «catedral» do Mundo, a de Indianápolis!
Estará sozinho em pista para ir começando devagar, sem qualquer pressão, adaptando-se a uma condução muito específica e sempre com os conselhos de Gil de Ferran que funcionará como o seu «coach». Em especial, Alonso achará estranho o difícil controlo do carro… em recta: nesta super ovais em que as curvas são bastante inclinadas, os carros estão feitos para curvar a velocidades elevadíssimas, sendo por isso assimétricos, ou seja, é como se estivessem… «tortos» nas rectas onde passam a mais de 370 km/h!
Alonso já passou várias horas no simulador da Honda Racing Development, também em Indianápolis, onde ficou com uma pequena ideia do que o espera. Mas amanhã e nos dias seguintes será tudo bem mais real, procurando aproximar-se já das velocidades normais dos «superspeedways». Para depois, quando voltar para a semana de treinos, a partir de 15 de Maio, se adaptar à outra enorme dificuldade desta prova que é rodar àquelas velocidades estonteantes no meio do tráfego, aproveitando os cones de ar para ir ainda mais depressa!
Além das voltas no simulador, Alonso mostrou que já percebeu como funcionam as corridas nos «States» e, em especial, nas ovais: «Uma das grandes diferenças é de como corremos em pista. Na F1, após a partida chegamos à primeira curva e não olhamos para o nosso colega de equipa de maneira diferente de qualquer outro piloto, consideramo-lo como um adversário. Quando estamos em pista, na F1, não há ajudas… Aqui, se algum piloto da equipa precisar de algo nas últimas dez voltas da corrida e eu não tiver hipóteses de lutar pela vitória, tento ajudar o meu colega a vencer. E isso é algo de muito bom».
Veremos como irá o espanhol ambientar-se a algo totalmente diferente daquilo a que sempre esteve habituado na sua carreira. E, pelo menos, terá aqui a oportunidade de «limpar a cabeça» do pesadelo que tem sido este início de Mundial de Fórmula 1!