A longa recta do circuito de Xangai, com quase 1,2 km, vai evidenciar as fragilidades dos McLaren/Honda, receia o responsável desportivo da marca nipónica, Yusuke Hasegawa. O que deixa antever um resultado ainda pior que o obtido na Austrália, onde Alonso teve de abandonar (embora, aparentemente, por um problema de suspensão) e Vandoorne não foi além de um 13.º e último lugar…
«Embora a corrida de abertura tenha sido difícil, permitiu situar-nos no pelotão, tendo havido aspectos positivos e outros negativos», referiu o engenheiro japonês. «Confirmámos melhorias na fiabilidade do nosso motor, mas sabemos que temos muito a melhorar do lado da ‘performance’. Por isso esperamos que a prova da China seja um desafio ainda maior, pois a própria pista coloca um maior ‘stress’ na unidade motriz, devido às sequências de curvas de baixa e média velocidade e às duas grandes rectas».
Também do lado da McLaren o discurso é extremamente cauteloso: «Xangai é conhecido por ser um fim-de-semana imprevisível: é duro para os carros, para os pneus e os motores e, muitas vezes, o tempo é instável», referiu o director desportivo, Eric Boullier. «Mas posso prever que não estaremos tão à vontade com o nosso ritmo, comparando com os nossos rivais, como estivemos na Austrália». Onde Alonso rodou grande parte da corrida em 10.º.
«As características da pista de Xangai, nomeadamente a sua longa recta, irão expor as fraquezas do nosso conjunto, muito mais que Melbourne. Mas queremos, pelo menos, garantir que a fiabilidade dos carros nos permita levá-los até final», comentou Boullier, enquanto Stoffel Vandoorne mostrou algumas esperanças: «Sei que vamos ter alguns novos componentes para este fim-de-semana e vamos tirar o máximo do nosso conjunto».
Entretanto, o director da equipa, Zak Brown, desmentiu rumores de que a McLaren poderia vir a construir o seu próprio motor, para substituir o Honda, aproveitando o auxílio da McLaren Automotive que constrói os superdesportivos de estrada. «A McLaren Automotive é uma unidade de negócio totalmente diferente com alguns accionistas em comum. Usam um motor McLaren mas a equipa de F1 tem uma abordagem diferente quanto a prioridades económicas e formas de competir, portanto não é questão que se ponha».