Com o MCL32 em tons de laranja e negro nasceu… a nova McLaren! Os últimos traços de Ron Dennis – que sempre recusou o regresso ao laranja da decoração original dos McLaren… – foram definitivamente varridos, tal como os seus mais próximos colaboradores, e é com este monolugar de desenho aparentemente simples dos lados, a contrastar com a complexidade da frente, que a McLaren vai tentar voltar aos lugares da frente. «Se é ‘sexy’? Um carro só é ‘sexy’ se for rápido!», concluiu, pragmático, Fernando Alonso.
Zak Brown, o norte-americano que é o novo homem forte da McLaren Racing, assumiu a mudança: «Esta nova decoração é o início de uma nova era. Há uma grande excitação na fábrica com estes novos tempos, até com o novo nome do carro». O MCL32 corta com a «família» MP4 que foi a designação de todos os McLaren de F1 desde… 1981. Mais uma machadada na era Ron Dennis…
Neste lançamento do carro para 2017, Brown fez uma espécie de declaração de intenções: «Eu sempre fui fã da McLaren e nós vamos lá chegar! O meu papel é ter as pessoas certas nos sítios certos e com os meios certos. Acho que estamos a reunir isso tudo e que construímos um belíssimo carro. Claro que esta equipa anda frustrada por não ganhar há muito tempo, mas o ano passado já progredimos bastante. E, com a dupla de pilotos que temos, só precisamos de algum tempo para lá chegarmos».
O MCL32/Honda destaca-se pela extrema complexidade da sua asa dianteira, bem como das suspensões da frente. Contudo, do «cockpit» para trás, é dos carros mais «limpos» até agora apresentados, apenas com a enorme «barbatana» na tampa do motor. «Hoje foi a primeira vez que o vimos completo e parece-me fantástico!», declarou Alonso. «Tenho visto os outros carros pela Internet e o nosso parece-me dos mais bonitos».
Lá atrás, por baixo… da «barbatana», está um motor totalmente novo da Honda. «Mudámos muita coisa para extrairmos mais potência, mas também para ter um centro de gravidade mais baixo e para o tornar mais leve. Porque o nosso objectivo é apanhar os construtores da frente», explicou Yusuke Hasegawa, responsável desportivo da marca nipónica.
Eric Boullier, director desportivo, destacou o trabalho conjunto entre McLaren e Honda: «Este carro é o resultado de muitos meses de trabalho árduo de centenas de pessoas. Acho que tem soluções muito interessantes porque a nossa relação com a Honda é excelente. Desenhámos o carro com eles, correspondendo às necessidades uns dos outros», contou, embora mantendo um tom algo cauteloso: «Não quero estar a prometer resultados, apenas que vamos continuar a progredir. A única coisa que posso prometer é que havemos de voltar a ganhar!».
Também Fernando Alonso, por muito deslumbrado que esteja com o MCL32, optou por um discurso mais prudente: «Vamos esperar para ver, vamos com calma. Os carros vão ser mais rápidos, mas vamos esperar para ver o que vamos descobrir em Barcelona. A F1 não é simples matemática, não podemos prometer nada, temos apenas de trabalhar muito, fazer muitos quilómetros nos testes e tentar evoluir o carro ao máximo. Para vocês e para os fãs este pode ser o primeiro dia do MCL32, mas este trabalho começou há mais de oito meses. E se todos trabalharam tanto nestes oito meses é porque querem ser campeões do Mundo!».
É também pela evolução que a equipa ainda precisa de fazer que Stoffel Vandoorne promete controlar a vontade que tem de «mostrar serviço» e de bater aquele que ainda é tido como um dos melhores pilotos da F1… «Claro que vou tentar dar luta ao Fernando, mas o foco é colocar a equipa na frente e fazer progressos, ou seja, trabalhar em conjunto e com os engenheiros para evoluir todos o conjunto», referiu o belga que se diz a postos para não ser surpreendido por carros demasiado físicos de conduzir: «Fisicamente, iremos descobrir a realidade em Barcelona, mas a experiência no simulador diz-nos que as velocidades em curva serão muito mais elevadas. Mas tivemos um longo Inverno mas preparamos o físico».