Como irá a McLaren evoluir, no próximo ano, de forma a ganhar os dois segundos e meio que Fernando Alonso calculou necessitar para se tornar competitivo? Estamos a falar de uma margem que, na F1, é algo de gigantesco! Do lado da equipa britânica as palavras são de optimismo, depois de apreendido tudo o que de mal sucedeu em 2015. Mas, do lado da Honda, há o compromisso de não abrir mão do conceito de «miniaturização» do sistema híbrido que, afinal, tantos problemas causou!
No início de 2014, quando os novos grupos propulsores híbridos entraram em funções, Adrian Newey, da Red Bull, também apresentou um carro muito compacto para privilegiar a aerodinâmica mas que colocada tremendos problemas de arrefecimento à mecânica híbrida. E rapidamente teve de alterar o Red Bull, ainda a tempo de alcançar três vitórias…
A Honda chegou à F1 com o conceito «tamanho zero», procurando diminuir ao máximo o tamanho dos componentes do sistema híbrido, de forma a permitir máxima liberdade aos engenheiros e técnicos de aerodinâmica. Mas a tecnologia tão reduzida não estava suficientemente desenvolvida e o grande problema dos McLaren, ao longo do ano, foi não poderem dispor, na maior parte do tempo, dos cavalos extra que o sistema híbrido proporciona, entre outras causas, por deficiente refrigeração por todo o conjunto ser tão compacto. E essa falta nunca se traduz em décimos mas em segundos…
Para 2016, a Honda não quer abrir mão do seu conceito «tamanho zero». «Não só iremos manter essa filosofia como teremos um conceito ainda mais sofisticado», promete Yasuhisa Arai, director desportivo da Honda. «Não será mais pequeno porque isso é quase impossível. Mas terá um outro ‘design’, mais agressivo. E isso vai permitir-nos evoluir em todas as vertentes, tanto no motor como no chassis e na aerodinâmica. Em todas as corridas experimentámos muitas coisas novas e recolhemos muitos dados, o que nos permitirá ter um muito melhor conjunto em 2016».
Também Eric Boullier, director da McLaren, espera grandes evoluções: «A maturidade da nossa relação com a Honda e a compreensão de tudo o que correu mal este ano, mais o trabalho que eles estão a fazer, penso que tudo permitirá um enorme salto em frente. Neste momento, o carro de 2016 é já bastante melhor do que aquele com que terminámos o Mundial de 2015!».