Deveriam ser os últimos na grelha do G.P. do Azerbaijão, tal a monstruosidade de lugares de penalização que receberam, mas os pilotos da McLaren conseguiram salvar-se do final do pelotão devido ao princípio de incêndio no Renault que impediu que Jolyon Palmer participasse sequer na qualificação! É quase risível que, tendo Stoffel Vandoorne 30 lugares de penalização e Fernando Alonso 40 não sejam os últimos da grelha…
Já desde os testes de Barcelona que Eric Boullier, director da McLaren, deixara um diagnóstico negro, dizendo que, pelo que vira, iriam começar a penalizar logo à quarta prova. Um dos problemas é o sistema híbrido MGU-H do motor Honda não durar mais de duas provas (quando aguenta tanto…), quando devia aguentar cinco! Para a corrida de amanhã, a McLaren totaliza… 70 lugares de penalização na grelha!
Para Baku, a Honda levou finalmente a evolução que tinha sido inicialmente prometida para o Canadá, mas apenas para ser usada no primeiro dia de treinos livres, cabendo depois à equipa decidir o que usariam no resto do fim-de-semana. Quando se viu Alonso parado em pista logo no primeiro treino temeu-se que a evolução fosse mais um fiasco mas, afinal, tratou-se de uma avaria na caixa de velocidades. De qualquer forma, ao montarem esses novos motores, ambos os pilotos sofreram logo uma penalização de 15 lugares.
Para o dia da qualificação, contudo, a McLaren resolveu montar componentes da anterior geração: no carro de Alonso, o sétimo MGU-H (10 lugares), o quinto motor V6 (5 lugares), o quinto MGU-K (5) e o sétimo turbo (5), para um total de 40 lugares de penalização; no de Vandoorne, o sétimo MGU-H (10 lugares), sétimo turbo (5), além dos quartos motor V4 e MGU-K (sem penalização), num total de 30 lugares. Recorde-se que, nestas trocas, o primeiro componente em excesso é penalizado com 10 lugares e todos os outros com 5.
Obviamente que os 40 e 30 lugares na grelha têm um significado relativo, neste caso servem apenas para colocar Vandoorne a largar à frente de Alonso, mas ambos no final do pelotão. Ou, se optarem por sair das «boxes», sairão por aquela ordem e à frente do Renault de Palmer. Não é uma questão burocrática, é mesmo uma questão desportiva porque há uma grelha a formar ou uma saída das «boxes» de onde só pode sair um de cada vez a decidir…
O principal problema, além da fragilidade mecânica, continua a ser a falta de potência que o componente híbrido MGU-H – o único que não está limitado por regulamento – consegue atingir. E a diferença que isso faz, com os McLaren/Honda a terem um défice de velocidade em recta de mais de 20 km/h em relação aos outros carros. Ao ponto de causar situações caricatas e até potencialmente perigosas!
Na qualificação de hoje, Fernando Alonso e Daniel Ricciardo envolveram-se numa situação em que McLaren e Red Bull quase se tocaram. Parecia que o australiano tinha bloqueado o espanhol, depois de um desentendimento anterior na recta da meta, mas Alonso explicou que não foi nada disso e que Ricciardo apenas ficou baralhado… pela falta de velocidade do McLaren! «Eles ficam confusos por causa da nossa velocidade, acham que vamos entrar na ‘box’ mas não… Estamos mesmo a começar uma volta lançada mas aquele é o máximo de velocidade que conseguimos…».