A questão que se colocava, no final do G.P. da Grã-Bretanha, era: poderia a Williams ter ganho a corrida se, no início, Bottas tivesse sido autorizado a passar Massa para se afastar dos Mercedes?... Provavelmente não, devido essencialmente à chuva do final, situação em que os Williams continuam a ter enormes dificuldades. Mas, com o piso seco, ficará sempre a interrogação.
Massa liderava mas Bottas mostrava-se mais rápido e sempre que tentou passa-lo foi proibido pela equipa. Quando foi autorizado, o finlandês respondeu que era demasiado tarde, por os pneus já estarem muito usados… «Só não queríamos que se batessem entre eles porque se iriam atrasar e deixar os Mercedes pressionar», justificou o chefe das operações em pista, Rob Smedley. «Dissemos-lhes nas primeiras voltas para se manterem juntos e não se travarem, tentando fugir em conjunto. Apenas nos tentámos proteger dos carros mais rápidos e não aceito que se diga que tenhamos estragado a corrida do Valtteri. Desde que não se travassem um ao outro, claro que podiam lutar».
Massa nem concordava que Bottas fosse mais rápido dos dois Williams: «Com os pneus quentes eu era o mais rápido. Como ele podia usar o DRS era mais fácil seguir-me. Mas se os dois tivéssemos DRS teríamos o mesmo ritmo». O finlandês, sem surpresa, não concordava: «Difícil dizer no final da corrida mas, naquela altura, eu estava mais rápido e tive duas boas oportunidades para passar mas não fui autorizado. Para mim foi uma desilusão, mas devia haver uma boa razão por trás, temos de a perceber».
Toda esta discussão faz, contudo, pouco sentido, pois os Williams perderam corrida e pódio quando começou a chover, evidenciando as suas fragilidades naquelas condições. «Não sei porque temos tantas dificuldades à chuva, há dois anos que temos esse problema e continuamos a não o resolver», comentou Massa. «Foi frustrante não acabar no pódio depois de tão boa corrida». «Continuamos com dificuldades à chuva, temos de perceber a razão porque há-de haver mais chuva», clamava Bottas. «A decisão do Lewis foi espantosa, quando percebemos já eles tinham passado a entrada das ‘boxes’ e tiveram de fazer volta inteira já com a pista muito molhada», justificou Smedley.
Desiludida com o resultado, a Williams tem razões para sair de Silverstone confiante para o que aí vem, mesmo se a Hungria não será uma boa pista para o FW37. «Foi a primeira prova do ano em que nos qualificámos à frente dos Ferrari e fomos 3 a 4 décimos mais rápidos na corrida com piso seco», resumia Smedley. «Hoje lutámos com os Mercedes o que, tirando Sebastian na Malásia, ninguém conseguiu!», dizia Massa.
Já para não falar nos fabulosos arranque que levaram os Williams da 2.ª linha aos dois primeiros lugares, com destaque para o do brasileiro! «A partida foi fabulosa! Pensei que se fizesse tudo correcto, como costumo arrancar bem, poderia passá-los e assim que o carro começou a mexer-se percebi que ia conseguir!». E Bottas imitou-o: «O melhor arranque que já tive, foi fantástico! Este fim-de-semana trabalhámos muito na afinação do pedal da embraiagem com que não tenho estado muito contente e ficou perfeito».
