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Ponto de Singapura foi mais um fôlego para a Renault

O ponto somado pela Renault em Singapura, com o 10.º lugar de Kevin Magnussen, não só foi resultado de uma corrida a todos os níveis brilhante, como definiu o piloto dinamarquês, como ajudou a própria estrutura da escuderia francesa a restabelecer uma certa tranquilidade, numa altura em que corriam rumores de alguma tensão.

É verdade que a Renault não voltou à Fórmula 1 para celebrar décimos lugares mas, atendendo à especificidade desta primeira época e da forma como há muito o foco foi mudado para a preparação de 2017, o ponto arrecadado em Singapura mereceu uma frase curiosa por parte de Magnussen: «Fazer uma corrida destas e não ganhar é uma sensação estranha, porque foi tudo tão perfeito! A equipa teve uma estratégia perfeita e o equilíbrio do carro esteve fantástico».

Apesar de não estar ainda confirmada a sua continuação, o dinamarquês não deixa de falar com os olhos postos em 2017: «Este resultado foi um ‘boost’ para todos nós. Tem disso uma época muito difícil, mas já sabíamos que tínhamos de passar por este ano de transição para atingirmos grandes coisas no futuro».

Por outro lado, os festejos desde ponto serviram também de escape a uma certa pressão que a normal frustração dos fracos resultados – não esqueçamos de que estamos sempre a falar de uma equipa de alta competição – estava a criar. E que o próprio director-geral da Renault Sport, Ciryl Abiteboul, reconheceu: «É normal que haja tensões quando as ‘performances’ não aparecem. Veja-se o que sucedeu na Red Bull no ano passado, ou pergunte-se à Mercedes como era antes de começarem a ganhar. Claro que há sempre tensões».

Abiteboul, contudo, desdramatiza a situação. «Essa situação não me choca e consigo lidar perfeitamente com essa tensão. Quem não esteja preparado para viver com isso, então nem deverá estar na Fórmula 1!».

E agora que o ponto de Singapura permitiu restabelecer a tranquilidade e devolver a esperança e o bom humor às hostes da Renault, o francês define bem as prioridades para a normal evolução da equipa oficial para um patamar superior. E que nem passa necessariamente por um orçamento muito superior… «Aquilo de que a equipa mais precisa nem é de dinheiro, investidores ou pessoas, mas de uma liderança clara. E é isso que o Jérôme [Stoll, presidente da Renault Sport], o Frédéric [Vasseur, director da equipa Renault Sport Formula One Team] e eu queremos dar a esta equipa, uma liderança e um rumo claro».

Cyril Abiteboul que acaba por estar à frente, no plano executivo, da estratégia da Renault para a Fórmula 1, deixa um recado claro para a evolução que será já válida para 2017: «Todos têm de aceitar, interna e externamente, que há nove meses nada disto existia, nada desta estrutura dirigente. Têm, pois, de nos dar algum tempo para que haja um entendimento claro de quem é responsável por quê».

Ao mesmo tempo, sabe-se que a Renault está a ampliar as instalações inglesas de Enstone e a recrutar mais pessoas para a base onde projecta o chassis para 2017. Porque, no próximo ano, o objectivo será abandonar definitivamente a parte de trás de pelotão e estabelecer-se, pelo menos, como uma força intermédia.

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