A Renault continua apostada nos ambiciosos objectivos de estar na luta pelas vitórias em 2019 e de se intrometer na luta pelo título a partir de 2020, precisando para isso de concentrar todos os seus esforços e recursos na Fórmula 1. Daí a decisão recentemente anunciada de abandonar a Fórmula E, no final da próxima temporada que se inicia, dentro de pouco mais de um mês, sendo substituída pela parceira na Aliança, a Nissan.
Apesar das duas vitórias e cinco pódios conseguidos pelos seus motores nas últimas quatro corridas, motorizando os Red Bull, a Renault tem a consciência de que esta época, mesmo que ainda faltem duas provas para o final, não correu tão bem quanto o desejaria. E, não fora o triunfo de Max Verstappen, este G.P. do México teria sido bem negativo por os motores terem lidado mal com a altitude…
Daí que a marca francesa tenha tomado a decisão de concentrar todos os recursos no crescimento da sua equipa de Fórmula 1 e no desenvolvimento do seu motor que, no próximo ano, servirá a sua própria equipa, a Red Bull e também, como novidade, a McLaren. Assim se percebe a opção de se afastar da Fórmula E numa altura em que tantos construtores estão a entrar, embora mantendo-se ligada indirectamente aos ensinamentos daquela disciplina, através da participação da Nissan.
Para a Renault, a participação na Fórmula E foi de grande importância, para uma rápida aprendizagem do que eram veículos eléctricos de altas «performances» e toda a parte da gestão de energia eléctrica. Muitos ensinamentos que chegaram aos veículos que a marca comercializa e com que se tornou numa das mais vendidas do novo segmento dos automóveis eléctricos.
A Renault começou apenas como parceira da equipa e.dams, mas logo se assumiu como equipa oficial, a partir da segunda temporada, 2015/16, tendo ganho os títulos de equipas nos três campeonatos já disputados e o de pilotos, com Sebastian Buemi, na segunda época. Dentro de pouco mais de um mês começará a quarta temporada, em Hong Kong, que será a última da Renault, ficando a equipa e.dams a gerir o programa da Nissan, a partir da quinta temporada.
«Tivemos uns primeiros três anos incríveis na Fórmula E e queremos fazer uma boa quarta temporada. Mas, depois, iremos concentrar todos os nossos recursos para atingir objectivos mais ambiciosos na Fórmula 1», referiu Thierry Koskas, responsável do Grupo Renault pelas vendas e marketing. Porque o tempo urge e também a equipa de Fórmula 1 irá entrar no terceiro ano do seu projecto que, segundo foi apresentado por Carlos Ghosn, líder da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, previa estar a lutar pelo título ao fim de cinco anos…