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Se o negócio McLaren/Renault está feito, porque corre tudo atrás da Honda?!

Zak Brown, director da McLaren Racing, diz que a solução do motor para 2018 poderá ser anunciada nos próximos dias, dando a entender que o acordo com a Renault está feito, depois das reuniões pouco discretas realizadas no «paddock» de Monza. O jornal «Marca» garantiu mesmo que o acordo está assinado desde… Julho e que só está à espera do «timing» oportuno para ser anunciado. Mas, há algo neste «puzzle» que parece não encaixar, embora nem sempre a lógica seja o forte da F1…

A presença de Ross Brawn – agora do lado dos donos da F1, enquanto vice-presidente da Liberty Media para a parte técnica e desportiva – na reunião entre a McLaren e a Renault, mais a intervenção directa de Jean Todt, presidente da FIA, além dos alertas de Sean Bratches, responsável comercial da Liberty Media, dão a ideia de que as coisas não são tão lineares quanto parecem. Levando até à pergunta: o que acontece se a Honda, de repente, abandonar a Fórmula 1?!

Porque, no passado fim-de-semana, a ideia que deu foi que andava tudo mais preocupado em garantir que os nipónicos continuassem do que propriamente em resolver o problema da McLaren. E já poderemos pensar na razão… Não é normal que o presidente da FIA escreva uma carta ao CEO (residente executivo) de uma empresa como a Honda a expressar o seu apoio e vontade de arranjar uma forma de manter a marca na F1. Isto depois de, juntamente com Chase Carey (presidente da Liberty Media), se terem encontrado com o responsável da Honda Motorsport, Masashi Yamamoto, para discutir a situação dos motores da marca…

«Não queremos perder a Honda que é um longo e valioso parceiro da F1», afirmou Sean Bratches. «Estamos a fazer tudo o que podemos para encorajar ambas as partes a manterem-se no desporto e a crescerem», disse ainda, referindo-se certamente à Honda e não se percebe bem se à McLaren… De momento, o quadro é-nos pintado da seguinte forma: a McLaren recebe motores Renault; a Honda passa a colaborar com a Toro Rosso, reforçando o seu orçamento e aliviando as preocupações do austríaco dono de 49% das latinhas energizantes… e vivem felizes para sempre.

Mas… e se a Honda decidir abandonar a F1 por já estar cansada de se ver maltratada, mesmo tendo a consciência de o trabalho feito estar muito longe do aceitável? Aí deixa um verdadeiro «bico de obra» por resolver e é aí que está o (bem disfarçado) desespero dos responsáveis da Fórmula 1! Para eles, a Honda não pode sair da F1, ou ficam com um problema para resolver extremamente complexo que é uma McLaren… sem motores!

Por um lado, a Toro Rosso tem um contrato com a Renault e não abrirá mão dele. Por outro, a marca francesa já disse que fornecer quatro equipas, logo num ano em que quer que a sua dê um grande salto, nem pensar. A regra imposta pela FIA de que equipa que não tenha motor para o ano seguinte, algum «motorista» tem obrigatoriamente de lho fornecer caducou a 1 de Junho – tendo a McLaren, ao não dizer nada até aí, assumido implicitamente que iria continuar com a Honda. É para evitar este «caos» que Todt, Brawn e Carey se desdobraram em contactos com responsáveis da Honda, para que a marca nipónica não abandone a F1, esqueça-se lá o legado e o significado que tem para a disciplina…

Estas próximas horas ou estes próximos dias serão intensos nos bastidores e, pelo que se percebe de todas estas movimentações, as decisões da Honda e até da Toro Rosso são bem mais importantes que qualquer coisa que a McLaren possa fazer, por muito importante e decisivo que Zak Brown queira parecer. Porque, em todo este negócio de se livrar da Honda, a sua equipa já teve de se baixar ao nível de perder os muitos milhões que anualmente recebe (entre 60 e 100 milhões de euros por ano, consoante as fontes…) e que ajudavam a pagar o exorbitante salário de Alonso. E continua sem conseguir um «sponsor» principal que, supostamente, era a sua grande especialidade e missão principal…

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